
Dra. Luciana Protásio, Fisioterapeuta neurofuncional
Pessoas com espasticidade se perguntamfrequentemente se tem cura.
E quem são essas pessoas com espasticidade? São aquelas que sofreram lesão no sistema nervoso central, como AVC, traumatismo craniano, paralisia cerebral, traumatismo raquimedular etc. Essaslesões causam uma alteração no tônus muscular de algumas partes do corpo, a chamada espasticidade.
Essa perturbação acarreta informação descontrolada do sistema nervoso para os músculos, fazendo com que seu tônus aumente.Pacientes relatam que seu braço ou perna estão endurecidos, não obedecendo aos movimentos. “Ok, doutora, entendi! E aí, isso se resolve?”
A espasticidade tem tratamento para amenizá-la e ajustá-la a um movimento funcional. A neurorreabilitação é fundamental, seja com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e/ou fonoaudiólogo. Técnicas já mostram benefícios, comprovados cientificamente, para ajuste e modulação da espasticidade. A saber, terapia espelho, treino específico a tarefa, treino bimanual, terapia de contenção induzida, entre outros.
Procedimentos médicos como aplicação de toxina botulínica causam uma diminuição da hipertonia espástica. Melhor ainda quando associada a uma intensidade maior do tratamento fisioterapêutico, contribuindo para maiores ganhos de funcionalidade.
Recursos atuais, que atuam como moduladoresdo cérebro, vem sendo mais pesquisados e expandidos para a população. Eles têm ação na espasticidade e na realização do movimento perdido, como interface cérebro-máquina (exoesqueleto), estimulação magnética transcraniana (EMT), estimulação transcraniana por corrente elétrica (tDCs). Isso nos leva a resposta final: ESPASTICIDADE NÃO TEM CURA.
Entretanto, nem os pacientes, nem os profissionais de saúde, tem de se acomodar e aceitar. ESPASTICIDADE TEM TRATAMENTO. Temos de selecionar quais dos tratamentos atuaispodem ser viáveis para cada paciente ter sua espasticidade controlada, usada em seu benefíciofuncional.
Dra. Luciana Protásio
Fisioterapeuta neurofuncional
@draluprotasio