Síndrome pós-covid: mulheres têm sintomas por mais tempo, diz estudo


A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a “Covid longa” ou “Síndrome pós-Covid” pela presença de sintomas com duração de 12 ou mais semanas após a infecção. E, segundo uma pesquisa publicada no Journal of Women ‘s Health, as mulheres com essa condição apresentam uma gama maior de sintomas do que os homens.

A análise rastreou 223 pacientes (89 do sexo feminino, 134 do sexo masculino) que sofreram casos graves de Covid-19 antes da disponibilização ou distribuição generalizada das vacinas. Os resultados mostraram que 72% dos participantes necessitaram de internação, com 17% precisando de um ventilador para respirar.

Em comparação com os homens, as mulheres continuaram a relatar mais sintomas nas semanas imediatamente após a doença inicial, sendo os sintomas mais frequentemente relatados: fraqueza persistente, olfato e paladar alterados, dor no peito, palpitações, diarreia ou dor muscular.

Os pesquisadores examinaram em seguida aqueles que desenvolveram a Covid longa. Em média, cinco meses após a infecção inicial, uma proporção maior das mulheres apresentava sintomas persistentes em comparação aos homens (97% vs. 84%). Além disso, elas eram significativamente mais propensas do que eles a relatarem fraqueza, falta de ar, fadiga, dor no peito e palpitações.

Qual é a prevalência da Covid longa?

Um outro estudo europeu avaliou retrospectivamente um grupo de pacientes com diagnóstico para Covid-19 e constatou que em 87% dos indivíduos ocorre a persistência de pelo menos um sintoma da fase aguda por, pelo menos, três meses após o início da infecção.

Isso acontece em um a dois terços dos casos e é mais prevalente em pacientes que precisaram de hospitalização por desenvolverem as formas graves da doença. Ou seja, nem todos aqueles que se infectaram pelo Sars-Cov-2 desenvolvem a síndrome.

Principais sintomas

As pessoas podem ter vários problemas de saúde associados à Covid-19 por seis meses ou mais após a recuperação. Normalmente, essas complicações afetam o bem-estar, a mobilidade ou sistemas de órgãos. Veja só:

  • Bem-estar geral: mais da metade dos pacientes relatou perda de peso, fadiga, febre ou dor;
  • Mobilidade: um em cada cinco experimentou uma diminuição na mobilidade;
  • Preocupações neurológicas: quase um em cada quatro sobreviventes teve dificuldade para se concentrar;
  • Transtornos de saúde mental: quase um em cada três pacientes foi diagnosticado com transtornos de ansiedade generalizados;
  • Anormalidades pulmonares: seis em cada dez tinham anormalidade por imagem torácica e mais de um quarto dos pacientes tinha dificuldade para respirar;
  • Problemas cardiovasculares: dor no peito e palpitações estavam entre as condições comumente relatadas;
  • Condições da pele: quase uma em cada cinco pessoas teve queda de cabelo ou erupções cutâneas;
  • Problemas digestivos: dor de estômago, falta de apetite, diarreia e vômitos estavam entre as condições comumente relatadas.

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