Dra. Luciana Protásio , Fisioterapeuta neurofuncional, Doutora em Fisioterapia e Pesquisadora do LAIS/UFRN
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2020), o AVC (Acidente Vascular Cerebral) é a 2ª principal causa de morte no mundo, responsável por cerca de 11% dos óbitos. Após a pandemia da covid-19, esses dados ficaram mais alarmantes, devido a população ter se dedicado a evitar o contágio pelo sars-cov-2 e ter deixado de lado outros cuidados com sua saúde. Mais pessoas passaram a sofrer AVC por essa falta de cuidados ou mesmo, gerados pelo vírus da covid-19, que também pode atingir o sistema nervoso.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) revela que a hipertensão arterial (HAS) é um fator de risco muito comum de acidentes vasculares cerebrais. Aqui, no Rio Grande do Norte (RN), em 2016, foi revelado através de minha tese de doutorado, que a HAS esteve presente em cerca de 85% dos casos de AVC ocorridos por um ano no estado (período de monitoramento da pesquisa). Não se pode esquecer aí de outros fatores de risco relevantes para o AVC, tais como tabagismo, alcoolismo, diabetes, cardiopatias (ordem de prevalência no RN). Idade mais avançada e AVC prévio (já ocorrido naquele indivíduo) são fatores de risco importantes, mas que não se pode modificar, assim a população tem de focar seus cuidados nos fatores que podem ser modificados (parar de fumar, diminuir bebidas alcoólicas, controle do diabetes, obesidade, sedentarismo).
Todo ano no mês de outubro, ocorre a campanha de AVC, sendo o dia 29 de outubro o dia mundial do AVC, como forma de conscientizar a todos, população, profissionais de saúde e gestores de saúde sobre os cuidados necessários para se evitar um AVC e caso aconteça, os cuidados a serem tomados o mais rapidamente possível.
Com AVC não se brinca! Tempo perdido é cérebro perdido. São mais comprometimentos que serão gerados a esse paciente. Lembre-se: o AVC mata! Quando não mata, gera fortes incapacidades à pessoa. Fato que mudará toda rotina dela, que terá repercussão no seu trabalho, na sua casa, família e no país, aumentando o número de pessoas afastadas do trabalho, e diminuindo as economicamente ativas. Os sistemas de saúde público e privado precisam estar preparados para lidar com o AVC, em termos de prevenção, urgência e reabilitação!
O AVC não tem dono! O AVC pode ocorrer em qualquer idade e em qualquer momento.
Dra. Luciana Protásio
Fisioterapeuta neurofuncional
Doutora em Fisioterapia
Pesquisadora do LAIS/UFRN
16/10/2022