Segundo Ministério da Saúde, 28% das pessoas acima de 65 anos já receberam diagnóstico médico de diabetes, doença atinge mais de 537 milhões de adultos no mundo
Segundo dados do Atlas do Diabetes 2021, divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês), mais de 537 milhões de adultos entre 20 e 79 anos (ou 10,5% da população mundial) possuem diabetes. Para promover a conscientização e reforçar a importância de hábitos saudáveis para evitar a doença, no próximo dia 14 de novembro é celebrado o Dia Mundial do Diabetes.
Ainda segundo o Atlas da Diabetes, o Brasil é o sexto país em incidência de diabetes no mundo e o primeiro na América Latina. São 15,7 milhões de pessoas adultas com esta condição, e a estimativa é que, até 2045, a doença alcance 23,2 milhões de adultos brasileiros.
Já de acordo com o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por InquéritoTelefônico (Vigitel) 2021, do Ministério da Saúde, 28% das pessoas acima de 65 anos que foram entrevistadas responderam ter recebido diagnóstico médico de diabetes. Já entre as pessoas da faixa anterior da pesquisa (de 55 a 64 anos), o número é de 17,14%.
“O diabetes pode afetar as pessoas idosas praticamente da mesma forma que age em uma pessoa mais jovem. Entretanto, deve-se tomar alguns cuidados, porque, nesta fase da vida, a diabetespode coexistir com outras condições de saúde de maior prevalência na pessoa idosa, como as cardiovasculares e neurodegenerativas. Além disso, o diabetes pode causar perdas funcionais, problemas cognitivos e incontinência urinária, por exemplo”, alerta a Dra. Ivete Berkenbrock, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
Definido como a produção insuficiente ou má absorção pelo organismo da insulina (hormônio que regula a quantidade de glicose no sangue), o diabetes faz com que os pacientes apresentem um aumento da glicemia, que é a presença do açúcar no sangue. Os dois principais tipos da doença são: o tipo 1, mais comum entre crianças e jovens adultos, advém da falta de produção de insulina pelas células do pâncreas. Já o tipo 2, que mais acomete idosos, ocorre pela resistência aos efeitos da insulina ou falta de produção de insulina suficiente. Também há o diabetes gestacional e o pré-diabetes, quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas não o suficiente para um diagnóstico de Diabetes Tipo 2.
Um ponto importante sobre o manejo do diabetes em pessoas idosas é justamente a modificação do estilo de vida. Nesta faixa etária, as pessoas tendem a ser mais sedentárias e há vários motivos para isso, como explica a Dra. Ivete: “dificuldades na visão, depressão, insegurança, entre outros, estão entre as causas da diminuição de atividades físicas e, quanto menos exercício a pessoa idosa fizer, mais prejudicial tenderá a ser o metabolismo da glicose, favorecendo o aumento da mesma no sangue”.
A presidente da SBGG explica a necessidade de avaliação ampla à pessoa idosa diabética para que o diagnóstico e o tratamento sejam assertivos: “É necessário avaliar a pessoa idosa de forma multidimensional para que sejam tomadas decisões clínicas assertivas. Por exemplo, em pacientes com Doença de Alzheimer com comprometimento cognitivo importante ou quando há limitações e vulnerabilidade físicas em decorrência de outras doenças graves, o excesso de exames e tratamentos, assim como o controle rígido do diabetes podem aumentar o risco de complicações e prejudicar a qualidade de vida desses pacientes, finaliza a Dra. Ivete Berkenbrock .