Considerado a forma grave da TPM, o TDPM causa sintomas graves que interferem no trabalho e nos relacionamentos das mulheres afetadas
Quando o ciclo menstrual se aproxima, muitas mulheres apresentam sinais e sintomas relacionados à TPM (tensão pré-menstrual), sendo que os principais são: alterações do humor, seios sensíveis, aumento do apetite, desejo de comer determinados alimentos, inchaço, fadiga, irritabilidade e cólicas.
Isso acontece devido às alterações hormonais que ocorrem durante o período menstrual, uma vez que elas interferem no sistema nervoso central.
Além da tão conhecida TPM, existe também o TDPM (Transtorno disfórico pré-menstrual), que consiste em uma forma grave do problema. “TDPM é uma forma piorada de TPM na qual os sintomas são tão graves que interferem no trabalho, nas atividades sociais e nos relacionamentos”, explica a Dra. Fabiane Gama, ginecologista da Clínica Leger, do Rio de Janeiro.
A psiquiatra Maria Francisca Mauro destaca que, após o início da menstruação, os sintomas relacionados ao TDPM tendem a melhorar. “É importante observar que, quando se inicia a menstruação, estes sintomas melhoram. A presença para que se realize o diagnóstico é que realmente ocorra um prejuízo na rotina, no trabalho, para que a pessoa viva e deve ocorrer, no mínimo, em dois daqueles ciclos”, esclarece.
Sintomas do TDPM
Durante o período pré-menstrual, as mulheres acometidas pelo transtorno disfórico pré-menstrual podem demonstrar tristeza intensa, dificuldade para se concentrar, fadiga intensa, perda de energia, alterações no sono, choro fácil, irritabilidade, dificuldades nos relacionamentos, mudanças no apetite, sensação de perda de controle e outros sintomas, segundo a psiquiatra.
Além disso, o TDPM pode gerar sintomas físicos. “Podem estar associados sintomas físicos, como dor no peito, no joelho ou uma sensação de ganho de peso e dor muscular”, completa a Dra. Maria Fernanda, psiquiatra associada da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Em alguns casos, até mesmo o pensamento suicida pode aparecer. “É possível que a mulher perca o interesse nas atividades habituais e tenha pensamentos suicidas”, destaca a Dra. Fabiane Gama.
Diagnóstico
Para que ocorra o diagnóstico do TDPM, é fundamental contar com o auxílio de profissionais da área da saúde, como psiquiatras, uma vez que é preciso analisar se o problema está associado com algum outro transtorno mental.
“O diagnóstico do Transtorno Disfórico Pré Menstrual deve ser feito de forma clínica, ou seja, através da entrevista psiquiátrica vai-se delimitar a intensidade daqueles sintomas, a frequência em que eles ocorrem, se estão ou não associados com as oscilações hormonais de estrogênio e de progesterona da mulher ou se na realidade estes sintomas fazem parte de algum outro quadro psiquiátrico ou mesmo alterações clínicas, ou seja, é necessário realizar uma diferenciação clínica”, afirma a psiquiatra.
Consequências
No geral, as mulheres costumam relatar que apresentam sintomas leves que são causados pela tensão pré-menstrual. Porém, aquelas que possuem alterações significativas que se enquadram no TDPM ficam com prejuízos em suas capacidades de trabalhar e de se relacionar, ou seja, experimentam impactos que resultam em sofrimento, devido à intensidade dos sintomas.
“É essencial que essas mulheres passem a entender melhor sobre o seu ciclo, como podem cuidar melhor dos seus hormônios, de sua alimentação, dos seus exercícios físicos e dos fatores de estresse, para que elas possam sentir o ciclo delas como algo positivo”, indica a Dra. Maria Francisca Mauro.
Tratamento
Para lidar com o transtorno disfórico pré-menstrual, pode ser feita a terapia de reposição hormonal, já que, segundo a psiquiatra Maria Francisca, os anticoncepcionais tendem a ajudar as mulheres com esse diagnóstico.
Assim como os anticoncepcionais, os medicamentos antidepressivos também são alternativas para o tratamento do TDPM. “Pode ser indicado, caso seja feito o diagnóstico, o uso de antidepressivos da família dos recaptadores de serotonina”, diz Maria Francisca.
“Portanto, o tratamento deve ser realizado de forma conjunta, entre o psiquiatra e ginecologista, diferenciando qual é a fase hormonal da mulher, o conjunto de sintomas que ela tem, o grau de prejuízo e o manejo de sintomas para que ela possa ter alívio desse sofrido associado, que pode ser via hormonal ou de medicamento da classe dos antidepressivos”, finaliza.
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