Por que o home office é mais difícil para as mães?


home office tem sido apontado como a salvação para muitas empresas. Praticidade, agilidade, economia de tempo e de custos com deslocamento são conceitos geralmente associados ao trabalho remoto. Claro que trabalhar em casa é uma tendência que já vinha sendo discutida há bastante tempo, porém, agora estamos em quarentena e tentando nos dividir entre trabalho, cuidados com os filhos e tarefas de casa.

Com a pandemia, além de dar conta de reuniões e planilhas, nós, mães, preparamos as refeições, limpamos a casa e cuidamos dos filhos. Não só isso: como as aulas presenciais estão suspensas, muitas escolas têm passado atividades para as crianças fazerem em casa, com acompanhamento dos pais. Como não enlouquecer diante de tantas atividades?

Pais, venham com a gente

Quando se trata de nossos filhos, fazemos com amor e muito prazer, mas precisamos dividir as obrigações igualmente entre mães e pais. Em muitas famílias a rotina já é dividida, e é isso é maravilhoso. Mas, infelizmente, não é a realidade de todas as mães e a carga sobre a gente acaba ficando mais pesada.

Recentemente, uma pesquisa sobre home office realizada pela startup Pin People, com 30 mil trabalhadores do Brasil e da América Latina, mostrou que a saúde mental das mulheres está em estado crítico. Segundo os resultados parciais, as mães estão tendo uma experiência de trabalho remoto pior que os pais.

Isso não é justo, né? Ainda temos um longo trabalho de conscientização que precisa ser feito, tanto em relação aos pais, para que tomem para si o real papel de pais; quanto para nós, mães, que temos que desapegar do peso de achar que precisamos dar conta de tudo, porque não precisamos.

Como as empresas podem cuidar das mamães da equipe?

Trazendo esse assunto à tona! Muitos profissionais não entendem a sobrecarga das mães, porque não vivem isso. E aí, exigem horários ou entregas que são simplesmente inalcançáveis, ou pior, questionam a nossa dedicação ao trabalho.

A maternidade não reduz a nossa competência profissional e cabe às empresas, olhar para o nosso dia a dia com uma visão mais humana. Porque uma colaboradora, mãe, que não se sinta acolhida em seu trabalho será infeliz e, provavelmente, procurará um outro lugar que a acolha.

Pensar em modelos de trabalho remoto menos engessados, com foco em metas e não, necessariamente, no cumprimento de horários, pode ser uma alternativa que viabilize o trabalho das mães e não prejudique o seu desempenho profissional. Afinal, nosso local de trabalho teve que mudar com a pandemia, mas nosso compromisso e seriedade com o que fazemos permanecem os mesmos.

O papel da liderança na conscientização sobre maternidade

home office é mais estressante para nós, mas não precisa ser. Ter uma gestão que entenda nossas dificuldades, como temos na Neotix, que está sempre aberta ao diálogo e a negociações, torna o dia a dia mais leve, mais transparente. Os líderes, mesmo que sejam homens, precisam fazer o exercício de se colocar no nosso lugar, porque uma gestão mais humana sempre traz resultados positivos para todo o time.

E para as mamães

Nós, assim como tantas outras mães, estamos trabalhando de casa e enfrentando o desafio de crianças e home office há muitos dias. Cada uma com sua história, uma aprendendo a dividir as tarefas com o marido e a outra em carreira solo, estamos sempre trocando experiências de alegrias e de momentos de desespero que o fato de ser mãe nos proporciona.

E o que já aprendemos com tudo isso? Em primeiro lugar, que não somos supermulheres e que não estamos competindo para ver quem consegue fazer mais coisas durante a quarentena. Acho que o nosso maior desafio está sendo deixar de tratar como prioridade coisas que agora já não fazem mais sentido e cuidar da nossa mente, porque precisamos dela para dar o que temos de melhor para as pessoas mais importantes das nossas vidas, que são nossos filhos.

Então, se pudermos deixar uma mensagem para as mamães que estão nos lendo é: calma, não se cobre tanto agora, logo tudo vai ficar bem e você vai voltar ao seu ritmo.

Texto:Por Simone Cardarelli e Thaís Mariano

 

Simone Cardarelli é mãe do Pedro, de 3 anos. É gerente de projetos da Neotix Transformação Digital, com pós-graduação em Gestão de Projetos

Thais Mariano é mãe do Antônio, de 2 anos. Formada em Administração de RH e gerente de RH na Neotix Transformação Digital.

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