Dia Mundial do Lúpus: Exercícios físicos auxiliam no tratamento da doença


Estima-se que pelo menos cinco milhões de pessoas em todo mundo tenham Lúpus, sendo aproximadamente 200 mil só aqui no Brasil, afetando, na grande maioria dos casos, as mulheres (cerca de 90% do total), com maior incidência entre 15 a 44 anos.

Apesar do grande número de indivíduos com a doença, pesquisas apontam que 51% da população não tem conhecimento sobre ela, e dos que a conhecem, 48% não sabem nenhum tipo de complicação associada à mesma. Isso mostra a importância de conscientizar a população sobre o tem, visto que grande parte das pessoas acometidas se sentem sozinhas, desistem de trabalhar e pioram a autoestima.

Por ser uma doença inflamatória autoimune, ou seja, caracteriza-se pela produção de anticorpos que ao invés de proteger, atacam o próprio sistema imunológico da pessoa afetando órgãos e tecidos indevidamente, por isso, o lúpus não tem cura, seu tratamento visa diminuir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Ela pode se manifestar de forma cutânea (lúpus discoide) por meio de eritemas, que são manchas avermelhadas na pele em regiões específicas como: rosto, orelhas, braços, onde normalmente são mais expostas à luz solar. Podendo evoluir e afetar de forma sistêmica (lúpus sistêmico) para as articulações, coração, pulmão, rins e cérebro. É uma doença crônica não transmissível e o tratamento adequado pode possibilitar uma vida tranquila ao paciente, embora os sintomas de doenças autoimunes possam aparecer repentinamente sem causa específica, já o tratamento inadequado em casos mais graves pode causar inclusive a morte.

Segundo o Educador Físico Lucas Serralheiro Cardoso, especialista em Prevenção de Lesões e Doenças Musculoesqueléticas‘a prática de atividades físicas para pacientes com Lúpus é benéfica para redução de sintomas da doença e melhora qualidade de vida’.

Muitas publicações recentes da área comprovam a questão, de acordo com uma publicação do Seminars in Arthritis and Rheumatism, a atividade física moderada e bem planejada não afeta em nenhum sentido um possível agravamento da doença, apresentando melhora na capacidade respiratória e redução da fadiga, além de influenciar positivamente na depressão.

‘Considerando que a doença apresenta comumente um aumento do cansaço, indisposição e problemas de ordem mental e neurológica, o exercício pode auxiliar na melhora cardiorrespiratória e aumento da resistência do indivíduo, além de melhorar o humor prevenindo o agravamento de doenças associadas à depressão e sensação de incapacidade, mantendo uma boa qualidade de vida durante o tratamento’, afirma Lucas.

No entanto, é importante salientar que devido ao processo inflamatório constante que acomete pessoas com lúpus, é de extrema importância que os exercícios sejam feitos com cautela, respeitando a individualidade de cada um.

O também Educador Físico Felipe Mascarelo, especialista em Musculação e Condicionamento Físico dá algumas dicas para quem deseja iniciar algumas atividades com esse intuito: ‘O praticante pode iniciar realizando alguma atividade aeróbia de sua preferência, como caminhar, correr ou utilizar uma bicicleta, 20 minutos por sessão, três vezes por semana já pode ter uma eficiência significativa na qualidade de vida. Ao se adaptar as atividades iniciais, é necessário um incremento gradativo no tempo e número de sessões durante a semana, além da inclusão do exercício resistido (musculação) para os principais grupos musculares. Entretanto, vale lembrar que o acompanhamento profissional durante a realização do programa de treinamento é de suma importância para garantir a eficiência e segurança do indivíduo durante o tratamento’.

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