Sexualidade no pós-parto: especialista esclarece as principais dúvidas sobre o assunto


Recentemente, a influenciadora digital Viih Tube compartilhou em suas redes sociais como anda a retomada da vida sexual após o nascimento da sua primeira filha, Lua. Segundo ela, o período de resguardo acabou, mas passou despercebido: “Nem lembrei. No tempo que eu tenho, eu estou dormindo ou acordada fazendo meus trabalhos. Mas a filha dorme com a gente, como que faz?”, comentou em um vídeo.

O resguardo, também chamado de puerpério, mencionado por Viih trata-se do período após o parto. Segundo o ginecologista Dr. Carlos Novaes, que atua na Santa Casa de São Roque gerenciada pelo CEJAM em parceria com a Prefeitura da cidade, não há uma recomendação rígida quanto ao tempo do resguardo, variando de cada mulher a depender das experiências durante e no pós-parto – como dor, fadiga, estresse ou alterações na autoestima.

No entanto, esse intervalo – que costuma durar de 40 a 60 dias –  é fundamental para que o corpo feminino se recupere das transformações da gestação, além de prevenir infecções. Assim, o profissional alerta para os cuidados quanto à higienização e cuidados com a cicatrização.

Em relação à retomada das relações sexuais nesse período, o médico esclarece que diversos fatores podem impactar a decisão, como alterações hormonais, mudanças na rotina e saúde mental. “Portanto, vale a pena a paciente ter uma conversa franca com seu ginecologista, esclarecendo seus desejos e expectativas para esse período”.

Confira!

 

É normal não ter desejo sexual após o parto?

É comum no período pós-parto o surgimento de sentimentos conflitantes tanto em relação ao bebê como também ao corpo e ao parceiro, interferindo, entre outras coisas, no desejo sexual da mulher.

Aqui, o ginecologista alerta para a depressão pós-parto, que pode ocorrer de forma mais branda e transitória como o blues puerperal – marcado pela fragilidade, hiperemotividade e sentimento de incapacidade –, assim como por formas mais graves, caracterizadas pelo humor depressivo ou perda do interesse e prazer pelas atividades.

Nesse contexto, poder contar com o suporte de familiares e amigos e, se necessário, buscar ajuda profissional é essencial. “Ao identificar essas características é importante que a mulher procure sua rede de apoio para conversar, e um especialista que possa orientá-la e ajudá-la a passar por essa fase.”

 

A amamentação pode interferir na libido da mulher?

O aumento da prolactina, responsável pela produção do leite materno, e a diminuição do estrogênio e da progesterona podem interferir na redução do desejo sexual. Outro ponto destacado pelo especialista é que, durante a fase de adaptação, é comum ocorrer a privação de sono, cansaço e estresse, o que também reduz a libido.

Mas lembre-se, além dos benefícios para a nutrição do bebê, a amamentação apresenta inúmeros pontos positivos para mãe, como o fortalecimento do vínculo materno; perda de peso e redução do risco de desenvolver alguns tipos de câncer, como o de mama.

 

A relação sexual após o parto pode causar dores e desconfortos?

Mesmo respeitando o período de resguardo indicado pelo seu ginecologista, dores e desconfortos podem acontecer durante a relação. Conforme Dr. Carlos, essa questão pode estar relacionada a diversos fatores, como tipo de parto, lacerações vaginais, alterações hormonais relacionadas à amamentação – como a ausência de lubrificação vaginal – e estresse.

“O importante neste momento é tentar identificar a causa para tratar corretamente o fator ou os fatores que possam estar causando a dor na relação”, ressalta.

Em suma, é preciso ter em mente que o período pós-parto será uma experiência diferente para cada uma, sendo necessário respeitar as recomendações médicas e as vontades e desejos da mulher.

 

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