Notas baixas e rendimento abaixo do esperado podem estar ligados a erros refrativos e outros problemas de visão na infância
As aulas estão de volta e é hora de avaliar o desempenho da criança no primeiro semestre. Um rendimento escolar abaixo do esperado pode estar relacionado a problemas na visão não diagnosticados, como a miopia, por exemplo.
Estima-se que a maioria dos diagnósticos de erros refrativos ocorre na idade escolar, ou seja, a partir dos 6 anos de idade.
Sinais podem não ser evidentes
Segundo Dra. Marcela Barreira, oftalmopediatra especialista em estrabismo, um obstáculo importante que pode atrasar o diagnóstico dos erros refrativos é o fato de que os sinais de problemas na visão não são tão evidentes na infância.
“Além disto, não existe um parâmetro de comparação, já que a criança não tem noção do que é enxergar bem ou mal. De qualquer forma, notas baixas e dificuldades para aprender são aspectos que podem ocorrer quando a criança não enxerga bem”.
Dificuldades escolares e visão: qual a relação?
Uma das razões para os frequentes diagnósticos de erros refrativos depois que a criança vai para a escola é que o ambiente educacional exige diversas habilidades visuais como copiar tarefas da lousa, ler, escrever, enxergar de perto e de longe, realizar atividades físicas, recortar etc. A visão é um processo que integra as informações sensoriais e motoras criadas pelo cérebro e pelo corpo.
“Enxergar bem depende, por exemplo, da coordenação dos músculos oculares para que os olhos apontem na mesma direção. Para enxergar em profundidade, é preciso ter um bom desenvolvimento da visão binocular. As pálpebras precisam estar alinhadas e os erros refrativos, quando presentes, precisam ser corrigidos”, conta Dra. Marcela.
Em conclusão, quando a criança tem problemas de visão é provável que tenha seu rendimento escolar comprometido, entre outras consequências no dia a dia.
Sinais de alerta – Dificuldades escolares e visão
Veja agora uma lista de sinais e manifestações que podem indicar que é hora de levar a criança para uma consulta oftalmológica:
- Desvio do eixo ocular
- O ato da criança tampar um dos olhos para enxergar
- Dor de cabeça frequente, principalmente no final do dia
- Coceira frequente nos olhos
- Piscar muito
- Queda da pálpebra
- Apertar os olhos para enxergar de longe
- Sensibilidade à luz
- Quedas e tropeços frequentes
- Dificuldades para brincar com brinquedos de encaixe
- Dificuldades para ler, escrever, desenhar, recortar
Procure o oftalmopediatra
Infelizmente, no Brasil não é um costume levar o bebê em seu primeiro ano de vida para uma consulta oftalmológica. Mas deveria ser! Há diversas condições visuais que podem ser diagnosticadas e tratadas em bebês e em crianças menores. Isto pode contribuir muito para o processo de aprendizagem escolar.
“Todavia, quando a consulta oftalmológica não aconteceu nestes primeiros anos de vida, é fundamental que os pais procurem o oftalmopediatra antes de a criança ir para a escola ou na fase escolar. O simples fato de corrigir um erro refrativo pode ser a chave para uma vida acadêmica proveitosa”, finaliza Dra. Marcela.