A importância das relações intergeracionais nos diversos campos da sociedade


A convivência entre pessoas de diferentes gerações sempre esteve presente em nossa sociedade, porém, atualmente, este convívio se dá de maneira mais intensa, frequente e inerente em várias áreas da vida da pessoa, incluindo a profissional. É comum vermos em uma mesma empresa pessoas de diferentes idades e até gerações estando em uma mesma hierarquia dentro de uma mesma instituição.

Dra. Ronny Roselly Domingos é geriatra, especialista em envelhecimento ativo e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).

Este encontro entre diferentes gerações tem nome: relação intergeracional. São vários os estudos a respeito dos benefícios desta relação. A Universidade de Oxford, no Reino Unido, já há algum tempo noticiou, com base em estudos científicos, que crianças crescem mais felizes quando avôs e avós assumem parte de sua educação.

A intergeracionalidade é entendida como encontro e intercâmbio entre pessoas e/ou grupos de diferentes gerações que, frequentemente, surgem a partir de necessidades pelo modo de vida da atual sociedade. A expectativa é que essa relação seja cada vez mais comum nos próximos anos. Isso porque, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, por volta de 2050, o número de idosos será igual ao número de crianças. Resumindo: o contato entre pessoas de diferentes gerações deve ser mais intensa e frequente.

É fato que existem muitas diferenças entre as gerações. Diferenças fisiológicas, históricas e culturais, afinal, o mundo vem experimentando mudanças em todos os aspectos. Estas diferenças podem até gerar conflitos, porém quando encaradas com respeito e admiração, podem resultar em importantes ganhos de aprendizagem e sentimentos positivos para todos os envolvidos.

Para os mais novos, nota-se o aumento da autoestima e da confiança em si mesmo. Além disso, há o aprendizado mais humano, com mais responsabilidade sociocultural, ajudando a combater o etarismo, ou seja, o preconceito relacionado à idade. Por outro lado, por meio do contato com os mais jovens, as pessoas idosas Para os idosos, o convívio com gerações mais jovens, sobretudo com os netos, contribui na melhoria do humor, da autoestima e do sentimento de mais valia, diminuindo o isolamento social, os transtornos de humor e a fragilidade.

Portanto, as relações intergeracionais devem ser estimuladas em todos os segmentos de uma vida em sociedade. Seja por meio de programas, políticas públicas, dentro de empresas ou das famílias. A solidariedade nascida desta relação pode reverter preconceitos, agregar melhoria na qualidade de vida de jovens, adultos e idosos e seus efeitos perdurarem por várias gerações.

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