Os Hospitais Universitários do estado, que são ligados à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, vinculados à Rede Ebserh, estão com uma programação especial até 29 de setembro em alusão à Campanha Setembro Amarelo, mês de promoção da conscientização de prevenção ao suicídio.
Desde o dia 4 de setembro, a fachada do prédio principal da Maternidade Escola Januário Cicco (MEJC) conta com uma iluminação especial amarela, com o intuito de chamar a atenção dos colaboradores e usuários para a importância do tema. Também estão sendo distribuídos materiais educativos e lúdicos, além da realização de atividades como o Painel Setembro Amarelo e Jogo da Amarelinha da Saúde.
Até o dia 29 serão realizados cursos sobre saúde mental, com diversas abordagens, e mesas-redondas em que serão discutidos prevenção do suicídio e posvenção (cuidado prestado aos sobreviventes enlutados por um suicídio) e, também, o uso de psicofármacos em gestantes e puérperas. O objetivo, segundo os organizadores, é levar conhecimento sobre saúde mental e suicídio para pacientes e profissionais.
As atividades ocorrem pela manhã e tarde em diversos locais do hospital e estão sendo organizadas pela Comissão de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e pelo Serviço de Saúde Ocupacional e Segurança no Trabalho da Instituição.
No Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol), será realizada uma ação itinerante de conscientização e valorização à vida, com distribuição de material informativo e realização de atividades lúdicas sobre o tema, além de palestras sobre saúde mental e prevenção ao suicídio.
O Hospital Universitário Ana Bezerra (Huab), em Santa Cruz, irá sensibilizar funcionários, pacientes e acompanhantes com distribuição de folders, além de campanha interna veiculada nos canais de comunicação do hospital com frases motivacionais.
A Campanha
Setembro Amarelo é uma Campanha dedicada a um importante problema de saúde pública que é o suicídio, uma realidade que atinge toda a sociedade. Em todo o mundo, segundo a última pesquisa realizada em 2019 pela Organização Mundial de Saúde (OMS), foram registrados 700 mil suicídios, sendo a 4ª maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade.
No Brasil, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), realiza, desde 2014, o Setembro Amarelo com intuito de conscientizar a sociedade para prevenção do suicídio. O tema deste ano é Se precisar, peça ajuda!
Para Jorge Nóbrega, psiquiatra da MEJC-UFRN/Ebserh, a importância da campanha do setembro amarelo consiste, basicamente, em levar informação à sociedade sobre o suicídio, como sendo grave problema de saúde pública.
“É importante buscar ajuda profissional quando sintomas (sejam de mudança de humor, padrão de sono ou comportamento; entre outros) geram prejuízo em vida social ou em desempenho em atividades ocupacionais ou mesmo pela própria percepção de significativo sofrimento”, ressalta.
Serviços disponíveis nas unidades hospitalares da UFRN/Ebserh
A MEJC-UFRN/Ebserh oferece atendimentos psiquiátrico e psicológico aos pacientes da enfermaria e ambulatório e, também, aos funcionários. O acesso se dá por pedidos de pareceres para os pacientes que estão internados e por encaminhamentos feitos pelo ambulatório. Já em relação aos funcionários, o acesso se dá por meio de agendamentos feitos pela Unidade de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalhador (USOST).
O Huab-UFRN/Ebserh realiza atendimentos psicológicos em enfermarias e em ambulatórios. Para os pacientes que estão internados, o acesso se dá via solicitação das equipes ou mesmo por busca ativa das profissionais de psicologia. São priorizados os casos que podem apresentar maiores fatores de risco, como: casos mais complexos, histórico pessoal de transtorno mental, situações de perdas gestacionais, óbitos neonatais, internações mais prolongadas, entre outros.
No ambulatório são realizados atendimentos às gestantes que fazem pré-natal de alto risco, mulheres que vivenciaram alguma perda no ciclo gravídico-puerperal e vítimas de violência sexual.
Para os funcionários, a psicóloga organizacional realiza plantões psicológicos mediante demanda ou agendamento pelo próprio colaborador.
Já no Huol-UFRN-Ebserh, são atendidos os pacientes encaminhados pela central de regulação do Estado. A Unidade de Saúde Mental oferece tratamento de alta complexidade que envolve equipes multiprofissionais integradas por médicos psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais, dispondo inclusive do Centro de Tratamento de Alterações de Humor Resistentes a Terapêutica (Cetrahte), que acolhe pacientes sob elevado risco de suicídio que apresentem resistência aos tratamentos convencionais. Para os profissionais são disponibilizados atendimento psicológico, em que o encaminhamento é por meio da Unidade de Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalhador (USOST).
Saiba mais na entrevista realizada com Emerson Arcoverde, psiquiatra e coordenador do programa de residência médica em psiquiatria do Huol-UFRN-Ebserh.
Como ajudar
De acordo com o especialista da MEJC, podemos ajudar a partir do acolhimento e escuta atenciosa sobre as necessidades de quem nos procura ou que convive em nosso meio; bem como devemos sinalizar sobre a importância de suporte profissional. Especificamente sobre risco de suicídio, podemos ficar atentos também sobre frases como “não aguento mais”, “não dá para continuar”, “tudo o que quero é sumir” ou “perdi a esperança”, por exemplo. “Podemos alcançar forte impacto na prevenção do suicídio, com informações adequadas sobre o tema, organização de rede de assistência em saúde mental e colaboração dos profissionais de saúde e de toda a sociedade”, alerta.
UFRN