Como o azeite pode estar deixando você gordo (e não saudável), apesar de ser considerado um superalimento mediterrâneo?


Especialistas alertam para influenciadores que encorajam a beber o líquido puro e de forma exagerada

Amplamente estudado na comunidade cientifica que reconhece seus benefícios, o azeite é anti-inflamatório, previne doenças cardiovasculares por colaborar com a diminuição do colesterol ruim e no aumento do colesterol bom, diminui o risco de diabetes. E ainda ajuda na proteção do cérebro, combate a depressão, melhora sintomas de artrite, o que consequentemente ajuda na longevidade.

Como resultado, as pessoas parecem colocá-lo em todos os lugares. Famosos, por exemplo, recentemente, começaram a encorajar seus seguidores a bebê-lo puro, o que pode ser um risco se usado em excesso.

A cantora Dua Lipa usa o azeite para comer com sorvete, fisiculturistas afirmam consumi-lo puro para ganhar peso, enquanto o empresário americano que quer voltar a ter 18 anos, Bryan Johnson, afirma que bebe várias colheres de sopa no café da manhã.

Especialistas alertam que a quantidade de calorias que se acaba consumindo no azeite em excesso pode superar os benefícios, podendo inclusive aumentar os riscos de doenças cardíacas e à obesidade.

O consenso entre os especialistas é que cozinhar com um pouco de azeite é seguro e, na verdade, o óleo de cozinha preferido de muitos chefs profissionais e nutricionistas. O óleo é rico em gorduras insaturadas saudáveis e, ao contrário de outros óleos de cozinha, como o óleo de canola, possui uma maior variedade de micronutrientes, como potássio e vitamina K, porém o excesso pode causar mal. Visto que uma colher de sopa de azeite tem cerca de 120 calorias, além dele ser denso e fácil de se exagerar.

“O consumo excessivo de azeite sem controle da porção pode levar a um desequilíbrio na ingestão de energia, contribuindo potencialmente para um balanço energético positivo e subsequente ganho de peso ou dificuldade em atingir metas de perda de peso”, afirma a nutricionista americana, Michelle Routhenstein.

A pessoa média só precisa consumir 500 calorias extras por dia para ganhar meio quilo de gordura em uma semana, e ter muita gordura corporal tem sido associado a uma pior saúde cardíaca e a uma série de outros problemas de saúde. “Portanto, acertar no óleo é um equilíbrio delicado”, afirma a nutricionista.

Os influenciadores nas redes sociais afirmam que o líquido dourado tem todos os tipos de benefícios, como aliviar o inchaço e a prisão de ventre, apoiar a digestão saudável, ajudar o corpo a absorver melhor os nutrientes, combater a inflamação, melhorar a função cerebral e a memória, apoiar a saúde do cabelo e da pele e até mesmo tratar ressacas.

Certamente pode aliviar a constipação se não pecar no excesso e há uma riqueza de evidências que apoiam o seu papel na saúde ao longo da vida.

As mulheres que seguem a dieta mediterrânica têm um risco 23% menor de morte precoce, especialmente por doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais, de acordo com uma meta-análise que incluiu mais de 700 mil mulheres. A dieta também tem sido associada a uma redução de 23% no risco de demência, de acordo com um estudo realizado com mais de 60 mil pessoas com mais de 40 anos no Reino Unido.

Estes estudos podem mostrar vantagens no consumo de azeite, mas analisam a dieta mediterrânica em geral, que inclui muito mais do que apenas o azeite.

“A eficácia da dieta decorre da combinação sinérgica de vários alimentos integrais, incluindo frutas, vegetais, grãos integrais, legumes, nozes, sementes, peixes e quantidades moderadas de laticínios e aves, cada um contribuindo com nutrientes únicos e compostos bioativos cruciais para a saúde do coração e Bem-estar geral”, disse Routhenstien.

Ou seja, não há mal nenhum em consumir quantidades moderadas de azeite como parte de uma dieta balanceada – mas não há necessidade de bebê-lo em copo.

JORNAL O GLOBO

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