“Os Cuidados com as alergias não param com a Covid-19” é o tema da Semana Mundial da Alergia 2020, que acontece até o dia 04/07. Embora as alergias não sejam um fator de risco para contrair a doença, algumas delas podem se tornar um fator complicador para uma pessoa que contraia a Covid-19.
Asma – O Departamento Científico de Asma da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI) explica que é muito importante manter o controle da doença, principalmente nesse período de pandemia. Isso porque se a asma não estiver sob controle, pode acarretar complicações ao paciente caso ele contraia a Covid-19. O mesmo vale para a rinite.
A asma, que atinge entre 10% e 25% da população brasileira, e a rinite, que segundo estudo ISSAAC (Internacional Study of Asthma and Allergies), compromete cerca de 26% crianças e 30% dos adolescentes, são as mais prevalentes nesta época do ano, que apresentam temperaturas mais frias e tempo seco.
Dexametasona – Esse corticoide tem se mostrado eficaz na redução de mortalidade em pacientes em estado GRAVE de Covid-19. Porém, é importante salientar que o medicamento não serve como prevenção da Covid-19, além de poder aumentar o risco de contrair o coronavírus.
O dexametasona apresenta diversos efeitos colaterais, entre eles: osteoporose, glaucoma, aumento da glicose no sangue, da pressão arterial e aumento de peso.
Anafilaxia – Pacientes com histórico de anafilaxia devem ter sempre por perto a adrenalina, medicamento de emergência que deve ser aplicado imediatamente à reação alérgica, considerada a mais grave e que pode levar a óbito.
Nos casos de anafilaxia grave, o Departamento Científico de Anafilaxia da ASBAI orienta manter a conduta e seguir o plano de ação habitual, procurando serviços de emergência imediatamente após o uso de adrenalina. O uso da telemedicina é recomendado para discutir, proativamente com o paciente, o manuseio da anafilaxia durante este período. Monitorar a pressão arterial e a saturação de oxigênio com oxímetro de pulso podem ser úteis para avaliação domiciliar.
Imunodeficiências – De uma maneira geral, pacientes com diagnóstico de alguma imunodeficiência primária apresentam o mesmo risco que todas as pessoas para se infectar pelo coronavírus, mas apresentam riscos diferentes para ter a doença respiratória grave por esse vírus, na dependência do tipo de defeito do sistema imunológico.
O Departamento Científico de Imunodeficiências da ASBAI explica que a imunoglobulina policlonal humana em uso não confere proteção contra o atual coronavírus, pois contêm anticorpos provenientes do plasma de doadores coletado muito antes do início da pandemia. Por conta disso, não está indicado usar imunoglobulina para tratar quadros graves de Covid-19.
As medidas mais importantes em pacientes com IDP são manter isolamento social, particularmente pelos pacientes com doenças de maior risco de Covid-19 grave e estendido a todos os indivíduos que moram na mesma casa e/ou cuidam deles; não suspender qualquer tratamento sem conversar com seu médico; a aplicação de imunoglobulina não deve ser suspensa, mas mudanças no intervalo de aplicação e uso domiciliar devem ser considerados; e não usar qualquer medicamento novo sem conversar com seu médico são algumas das recomendações, além das referentes à higienização das mãos, máscaras, etc.
O Dr. Flavio Sano, presidente da ASBAI, enfatiza a importância de não se abandonar o tratamento prescrito pelo especialista. “Estamos com um trabalho permanente para informar pacientes e famílias sobre as alergias e Covid. Neste momento, a informação é uma das peças-chaves para combater o novo coronavírus”, conta Dr. Sano.
Devido à necessidade de isolamento social, este ano a ASBAI não realizará ações presenciais com o público, mas preparou uma campanha digital em seus canais de comunicação.
A Semana Mundial de Alergia é uma iniciativa anual da Organização Mundial de Alergia (WAO), juntamente com suas Sociedades Membros, para aumentar a conscientização sobre doenças alérgicas e distúrbios relacionados e defender a provisão de treinamento e recursos no diagnóstico, gerenciamento e prevenção destes. doenças e asma, que estão aumentando em prevalência em todo o mundo.