Em comunicado, a OMS informou que lote de Ozempic falsificado está sendo comercializado no Brasil. Remédio fake pode prejudicar a saúde
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta, nessa quinta-feira (20/6), sobre a identificação de três lotes falsificados de Ozempic, vendidos no Brasil, Estados Unidos e Reino Unido. O medicamento é destinado ao tratamento da diabetes tipo 2 e usado, de forma “off label”, para o emagrecimento.
O alerta é o primeiro comunicado oficial após a confirmação de relatos de falsificação. O Sistema Global de Vigilância e Monitorização da OMS (GSMS) registrou um aumento de relatórios sobre produtos de semaglutida falsificados em todo o mundo desde 2022.
Os lotes falsificados de Ozempic foram detectados no Brasil e no Reino Unido, em outubro de 2023, e nos Estados Unidos, em dezembro de 2023.
No Brasil, o lote identificado foi o LP6F832, com validade até novembro de 2025. O produto não foi reconhecido pela Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, caracterizando-o como uma falsificação.
A OMS alerta que o uso de produtos falsificados, sem as matérias-primas necessárias, pode causar inúmeros prejuízos à saúde, como o descontrole da glicose no sangue ou não levar à perda de peso.
Além disso, há o risco de outros ingredientes ativos não declarados estarem presentes nas injeções. “Por exemplo, insulina, conduzindo a uma gama imprevisível de riscos ou complicações para a saúde”, considera a agência.
“A OMS aconselha os profissionais de saúde, as autoridades reguladoras e o público a estarem atentos a estes lotes falsificados de medicamentos. Apelamos às partes interessadas para que interrompam qualquer utilização de medicamentos suspeitos e informem as autoridades relevantes”, orientou a médica Yukiko Nakatani, especialista da OMS para o acesso a medicamentos e produtos de Saúde.
Aumento da procura por Ozempic
Embora tenha observado um aumento expressivo na procura por medicamentos à base de semaglutida, a OMS não os incluiu como parte dos tratamentos recomendados para o controle do diabetes devido ao alto custo.
“A barreira dos custos torna estes produtos inadequados para uma abordagem de saúde pública, que visa garantir o acesso mais amplo possível aos medicamentos a nível da população e encontrar um equilíbrio entre o padrão de cuidados mais bem estabelecido e o que é viável em larga escala em termos de recursos”, esclarece.
Como evitar falsificações?
“Para se protegerem de medicamentos falsificados e dos seus efeitos nocivos, os pacientes devem comprar medicamentos mediante receita de médicos licenciados e evitando adquiri-los de fontes desconhecidas ou não verificadas, como as encontradas on-line”, orienta a agência.
A OMS também recomenda que os usuários verifiquem a embalagem e o prazo de validade no momento da compra.
Deu em Metrópoles