Novembro Azul é o mês de prevenção do câncer de próstata. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), até o fim de 2020 serão diagnosticados quase 66 mil novos casos desse tipo de câncer no país.
Mas a gente aproveita oportunidade para falar sobre saúde masculina em geral. Por quê? Porque homem não gosta de ir ao médico, e tende a se envolver menos em prevenção do que as mulheres.
Por que eles não vão ao urologista?
Em geral, depois que deixa de ir ao pediatra, os garotos passam a ir ao médico apenas para resolver questões pontuais, como alguma dor, ou quando as espinhas aparecem. E eles acabam sem o suporte de um médico que acompanhe seu histórico e sua saúde. Já com as garotas é diferente: elas vão ao ginecologista ao menos uma vez por ano.
Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Urologia mostra que cerca de 30% das jovens de 15 a 19 anos vão ao ginecologista com frequência. Para os garotos, essa proporção é de 1%. E essa lacuna tende a se manter à medida que eles envelhecem.
Lembre-se: é muito importante ir ao médico ao menos uma vez por ano para checar se está tudo OK com a saúde. Isso pode evitar uma série de problemas futuros, inclusive o diagnóstico tardio de um câncer.
Saúde da próstata
A próstata é uma glândula localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Nela é produzida parte do sêmen, o líquido em que estão contidos os espermatozoides. A próstata também envolve a porção inicial da uretra, o canal por onde a urina armazenada na bexiga é eliminada.
A maioria dos tumores de próstata cresce lentamente, sem ameaçar a saúde do homem. No entanto, alguns deles podem crescer de forma acelerada e se espalhar para outros órgãos. Por isso é importante que homens façam exames regulares: quando diagnosticada precocemente, a doença tem mais de 90% de cura.
O que aumenta o risco?
Os principais fatores de risco para o câncer de próstata são:
Idade (a incidência aumenta significativamente após os 50 anos).
Grupo étnico (a incidência é mais alta entre os negros).
Pai, tio ou irmão com câncer de próstata (algo que pode refletir tanto fatores genéticos quanto ao estilo de vida ou hábitos alimentares da família).
Excesso de gordura corporal (assim, o sedentarismo também é considerado um fator de risco, bem como uma alimentação rica em gordura animal e pobre em frutas, legumes e verduras).
Exposição a certas substâncias (como produtos químicos e pesticidas).
Sinais e sintomas
Nas fases iniciais, a doença é silenciosa (o que aumenta a importância dos exames). Mas é importante que o homem procure o médico se tiver os seguintes sinais ou sintomas:
- Dificuldade para urinar
- Diminuição do jato de urina
- Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite
- Presença de sangue na urina ou no sêmen
- Fraqueza, queda do estado geral
- Dor óssea (quando a doença se dissemina)
Os sintomas acima são causados, na maioria das vezes, por outras condições que não o câncer de próstata, mas a avaliação do urologista é fundamental.
Diagnóstico
O diagnóstico é feito através de biópsia da próstata (por via transretal ou transperineal) e guiada por ultrassonografia e/ou ressonância magnética.
A indicação da biópsia depende dos resultados do toque retal (um exame rápido e indolor) e dosagem de PSA (um exame de sangue), recomendados anualmente a partir dos 45 ou 50 anos de idade, mesmo quando não há sintomas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).