Infectologista fala sobre medicamentos que auxiliam na prevenção da exposição, mas reforça: camisinha é ainda uma das formas mais segura e simples para prevenção de ISTs
A campanha “Dezembro Vermelho” reforça a importância da conscientização sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento do HIV no Brasil, além de defender os direitos das pessoas vivendo com o vírus. Neste ano, o país celebra avanços significativos no combate à doença, alinhando-se às metas da ONU para erradicar a AIDS como problema de saúde pública até 2030.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil superou as metas globais estabelecidas pela UNAIDS, com mais de 95% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas e 93% das que estão em tratamento alcançando a supressão viral, que impede a transmissão do vírus. Além disso, em 2024, o país atingiu um recorde histórico de testagem, com 13,5 milhões de exames realizados.
A infectologista Marina Dias Souza, da rede de hospitais Kora Saúde, explica que a prevenção combinada é uma estratégia fundamental para conter o avanço do HIV, unindo diferentes abordagens para ampliar a proteção. “O uso de preservativos e a testagem regular continuam sendo formas eficazes e acessíveis de prevenção. A Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um medicamento disponível gratuitamente pelo SUS, pode reduzir em até 99% as chances de infecção pelo HIV quando administrado corretamente.”, explica a médica.
A PrEP, indicada para populações em maior risco, como profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens e casais sorodiferentes, é uma ferramenta poderosa, mas não substitui o uso de preservativos. “Embora a PrEP previna o HIV, ela não protege contra outras infecções sexualmente transmissíveis, como sífilis e gonorreia. Por isso, a camisinha segue indispensável na vida sexual ativa.”, acrescenta.
Além de ampliar o acesso a tratamentos, o Dezembro Vermelho busca superar barreiras culturais e combater o estigma em torno do HIV. A educação sexual e o incentivo ao uso de preservativos são fundamentais nesse contexto. “O Brasil está no caminho certo, com esforços conjuntos entre governo, profissionais de saúde e sociedade civil. A mensagem da campanha é clara: com prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível vencer a luta contra o HIV.” , finaliza Marina.