Entenda como será a recuperação do presidente Lula após novo procedimento


Presidente foi submetido a uma embolização para evitar novos sangramentos

Foto: reprodução Instagram

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um novo procedimento na manhã desta quinta-feira para evitar futuros sangramentos após ter sido submetido a uma cirurgia, na madrugada de terça-feira, para drenar uma hemorragia decorrente da queda que sofreu no banheiro do Palácio da Alvorada em outubro.

De acordo com a equipe médica, a nova intervenção, chamada de embolização da artéria meníngea média, é comum em pacientes que se submetem à drenagem de hematoma, como Lula. Ela já estava prevista e é considerada minimamente invasiva, dispensando a necessidade de anestesia geral, explicou José Guilherme Caldas, intervencionista que fez o procedimento.

— O que injetamos são partículas, como se fosse uma gelatina, que entopem esse vaso. O que importa é fazer o sangue deixar de chegar nesse local (onde estava o hematoma). Como a artéria mede por volta de 1 milímetro, o cateter é muito fino e o procedimento é simples. (…) Foi feita uma sedação simples, porque o procedimento é chamado de minimamente invasivo — disse durante coletiva de imprensa nesta manhã.

O procedimento é realizado por meio de uma punção na virilha, por onde um cateter é introduzido até chegar ao local onde ocorre a embolização. Roberto Kalil, médico do presidente, assegurou que Lula está bem, conversando, e teve as funções neurológicas preservadas, sem risco de lesão cerebral.

— Isso (a embolização) não atrasou nem um pouco a programação dos próximos dias, dependendo da evolução do presidente ele deverá ter alta no começo da próxima semana (…) Hoje ele vai continuar sendo monitorado na UTI, e o dreno vai ser retirado muito provavelmente no fim desta tarde. A partir de amanhã ele deve ter alta da UTI — disse Kalil na coletiva. Até a alta, o chefe do Executivo apenas poderá receber familiares no hospital.

O médico disse ainda que a recomendação é para que Lula não trabalhe nos próximos dias até receber alta: — Nossa orientação é o repouso relativo, evitar qualquer tipo de estresse, o que é impossível na posição dele. Mas acredito que nos próximos dias, mesmo do hospital, ele vai conversar com pessoas, com assessores, já que ele está bem, falando, comendo e andando.

Depois que for liberado do hospital, o que deve acontecer na segunda ou terça-feira da semana que vem, Lula poderá retomar a agenda em Brasília, porém com alguns cuidados nas próximas semanas, acrescentou Kalil:

— Do Palácio, poderá retomar uma agenda de despachos, não vemos problema nenhum em relação a isso. (…) Mas claro que vai se requerer um repouso relativo por algumas semanas talvez. Ele vai retomando aos poucos sua atividade normal. Ele faz exercícios físicos todos os dias, mas o início dessas atividades vai ser postergado um pouco. E vai continuar o acompanhamento médico com a equipe de Brasília.

Na coletiva, os médicos explicaram que Lula sofreu dois sangramentos após a queda de outubro. — Ele desenvolveu um higroma, que é como um hematoma mais líquido dos dois lados (do cérebro). No lado esquerdo, ele teve um crescimento do hematoma, mas depois ele diminuiu muito de tamanho e, agora, se refez agudamente e precisou ser drenado. Do outro lado, teve um crescimento muito lento, mas depois ele (o cérebro) absorveu, e o hematoma desapareceu. Então ele teve um hematoma bilateral e extracraniano subdural. Não foi (dentro) no cérebro, foi entre o crânio e o cérebro, na meninge — explicou o neurologista Rogério Tuma.

O segundo sangramento, que precisou ser drenado, foi identificado durante uma ressonância magnética feita na segunda-feira após Lula se queixar de dores de cabeça. O mandatário foi transferido para a unidade de São Paulo do Hospital Sírio-Libanês, onde foi submetido a uma trepanação.

A cirurgia envolve uma perfuração no crânio pela qual foi inserida uma sonda que chegou até o local do hematoma e drenou o sangramento.

JORNAL O GLOBO

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