Pesquisadores da Universidade do Colorado em Boulder descobriram que uma bactéria encontrada no leite e no solo de vacas tem efeito protetivo contra uma dieta ruim
Nesta época do ano, milhões de pessoas recorrem a dietas, exercícios e medicamentos para ajudá-las a controlar o peso. Um novo estudo feito pela Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, sugere que outra ferramenta surpreendente pode ajudá-los a alcançar sua resolução: uma vacina.
O estudo, publicado na revista Brain, Behavior, and Immunity, mostra que animais que receberam injeções semanais de um microrganismo encontrado no leite e no solo de vacas eram essencialmente imunes ao ganho de peso mesmo seguindo uma dieta rica em gordura e açúcar.
“O que é tão surpreendente neste estudo é que vimos uma prevenção completa do ganho de peso relacionado com a dieta nestes animais”, diz o autor principal Christopher Lowry, professor de fisiologia integrativa, em comunicado. “Isso sugere que a exposição a bactérias benéficas pode nos proteger contra alguns dos resultados negativos para a saúde da dieta ocidental típica”.
O estudo é o mais recente a relatar os benefícios de formas saudáveis de bactérias conhecidas como “velhos amigos” que evoluíram junto com os humanos, mas com as quais perdemos contato à medida que passamos de fazendas para ambientes urbanos mais estéreis.
“Como perdemos contato com estes velhos amigos que serviam para regular o nosso sistema imunológico e suprimir inflamações inadequadas, isso nos colocou em maior risco de doenças inflamatórias”, pontua Lowry.
Em pesquisas anteriores, a mesma equipe descobriu que a inoculação com um organismo chamado Mycobacterium vaccae (M. vaccae), presente no leite de vaca e no solo, pode prevenir a inflamação induzida pelo estresse e problemas de saúde associados em ratos.
Essas e as descobertas subsequentes levaram Lowry a explorar a ideia de desenvolver uma “vacina contra o estresse” derivada de micróbios que vivem na terra. Para o novo estudo, eles decidiram avaliar se a M. vaccae também poderia ajudar a combater parte da inflamação cerebral e da ansiedade resultante que pode surgir com uma dieta pobre.
No experimento, um conjunto de ratos adolescentes foi alimentado com ração padrão e saudável por 10 semanas. O outro consumiu o equivalente a Big Macs e batatas fritas para roedores, com uma refeição composta por 40% de gordura, 40% de carboidratos (metade deles provenientes de açúcar) e 20% de proteína.
Metade de cada grupo também recebeu injeções semanais de M. vaccae. Todos os grupos comeram aproximadamente o mesmo número de calorias e todos os ratos ganharam algum peso à medida que chegavam à idade adulta.