Sociedade Brasileira de Dermatologia alerta que doença pode causar dor intensa e impacto emocional
O Dia Mundial da Hidradenite Supurativa é em 6 de junho, data importante para conscientizar a população sobre essa condição de pele ainda pouco conhecida, mas com grande impacto na qualidade de vida dos pacientes. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) chama atenção para a importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado, que pode incluir desde mudanças de hábitos até cirurgias especializadas.
“Reforçamos a importância da informação de qualidade e do acompanhamento com dermatologistas especializados, em busca de alertar para a população sobre os riscos da automedicação e das informações desencontradas disponíveis na internet. Nenhuma notícia substitui a consulta com o dermatologista para ter o melhor resultado possível”, diz Dr. Carlos Barcaui, presidente da SBD.
Se trata de uma doença inflamatória crônica que afeta o folículo piloso, com manifestações frequentes em áreas de dobras do corpo, como axilas, virilha, região glútea, entre outras. “A enfermidade é caracterizada por abscessos dolorosos, nódulos e túneis sob a pele, que inflamam e desinflamam repetidamente. São bastante dolorosas, podem soltar secreção e também, muitas vezes, um odor desagradável”, explica Dra. Maria Cecilia Rivitti, médica dermatologista da SBD,
A causa envolve fatores genéticos e de estilo de vida, como obesidade, tabagismo e dieta rica em carboidratos. Alterações hormonais, segundo a dermatologista, são raramente observadas. Apesar de não haver cura definitiva, há possibilidade de controle e até de remissão prolongada das lesões, desde que o paciente mantenha acompanhamento regular e adote hábitos saudáveis.
O diagnóstico é essencialmente clínico, mas pode ser complementado por exames de imagem, como a ultrassonografia. “A combinação de medicamentos, mudanças comportamentais, uso de lasers e cirurgia, quando indicada, pode trazer bons resultados, principalmente se iniciada nas fases iniciais da doença”, conta Dra. Maria Cecília.
Cirurgia de Hidradenite Supurativa
Para os casos mais avançados, a cirurgia torna-se uma alternativa importante. Dr. Mário Chaves, médico dermatologista da SBD, explica que é indicada para pacientes em estágios moderados a graves da doença.
“No estágio moderado, o paciente tem lesões nodulares que formam túneis e episódios repetidos de inflamação. Já no estágio grave, essas lesões acometem uma área anatômica inteira. Nesses casos, mesmo com tratamento clínico otimizado, a cirurgia ajuda a controlar a doença ao remover áreas que funcionam como verdadeiras fábricas de mediadores inflamatórios”, detalha Dr. Chaves.
As técnicas variam desde drenagens simples até excisões amplas com reconstrução, sendo essa última a que apresenta melhores resultados segundo estudos de metanálise. Ainda assim, o especialista ressalta que a cirurgia sozinha não é suficiente.
“A cirurgia anda de mãos dadas com o tratamento clínico e o controle dos fatores de risco, como sobrepeso, tabagismo e atrito no local. Quando bem conduzida, ela pode induzir a remissão da doença por longos períodos”, afirma.
Para mais informações sobre cuidados com a saúde da pele, cabelos e unhas, acesse as redes sociais @dermatologiasbd ou o site www.sbd.org.br. Encontre um especialista associado à SBD em sua região e cuide de sua saúde integral.