Durante a Semana Mundial da Alergia, especialistas da ASBAI-RN alertam para o aumento preocupante dos casos de anafilaxia no Brasil. Uma condição grave, rápida e potencialmente fatal, que muitas pessoas sequer sabem que têm.

Camarão está entre os alimentos que mais causam reações alérgicas graves, como a anafilaxia, uma resposta rápida e potencialmente mortal do organismo.
A anafilaxia é uma reação alérgica aguda e severa, que pode ocorrer após o contato com alimentos, medicamentos, picadas de insetos ou outras substâncias. A médica alergista e presidente da ASBAI-RN, Dra. Simone Diniz, explica:
“É assustadora, mata mesmo. Estamos numa campanha voltada para isso, porque é a reação alérgica mais grave.”
Segundo ela, a anafilaxia pode se manifestar em poucos minutos após o contato com o alérgeno e comprometer a pele, o sistema respiratório e o sistema cardiovascular. Entre 2015 e 2025, o número de casos registrados no Brasil cresceu 107%.
Quais são os sintomas da anafilaxia?
De acordo com a médica alergista e diretora da ASBAI-RN, Dra. Eliane Macedo, os sintomas podem variar, mas é comum que evoluam rapidamente.
Sintomas mais frequentes:
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Coceira intensa, urticária e vermelhidão
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Inchaço nos lábios, rosto ou garganta
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Dificuldade para respirar, chiado no peito
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Queda de pressão arterial
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Desmaio e choque anafilático
“A reação pode começar com um sintoma isolado, mas evoluir rapidamente. Não dá tempo de esperar”, alerta a Dra. Eliane.
O que pode causar anafilaxia?
A anafilaxia pode ser desencadeada por diferentes gatilhos. Os mais comuns são:
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Alimentos: trigo, leite, ovos, amendoim, crustáceos
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Medicamentos: como a dipirona
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Picadas de insetos: abelhas, marimbondos
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Exposição ao látex
Essas substâncias, mesmo em pequenas quantidades, podem provocar uma resposta imune grave em pessoas sensibilizadas.
Por que reconhecer a anafilaxia pode salvar vidas?
O tempo é o maior inimigo em uma crise de anafilaxia. Reconhecer os sinais, pedir socorro imediato e, sempre que possível, utilizar a caneta de adrenalina autoinjetável pode ser a diferença entre a vida e a morte.
No entanto, no Brasil, a caneta de adrenalina ainda não está disponível no SUS, o que dificulta o acesso de milhares de pacientes em situação de risco.
Informação é a primeira forma de socorro
Com o aumento dos casos e a subnotificação, a ASBAI-RN reforça a importância de educar a população, profissionais de saúde e espaços públicos sobre os riscos e medidas preventivas contra a anafilaxia.
“É um problema de saúde pública. Reconhecer os sintomas e agir rápido salva vidas”, conclui a Dra. Simone Diniz.