Estudo global revela desigualdade no prazer e reacende debate sobre o gap do orgasmo e o autoconhecimento feminino

Dados do Dia do Orgasmo expõem a desigualdade no prazer feminino: apenas 24% das brasileiras chegam ao clímax em todas as relações sexuais.
Celebrado em 31 de julho, o Dia do Orgasmo ainda provoca desconforto, especialmente quando o foco recai sobre a vivência sexual das mulheres. O chamado gap do prazer, que evidencia a diferença na frequência com que homens e mulheres atingem o ápice nas relações heterossexuais, segue como reflexo das desigualdades nas experiências íntimas.
Segundo a Global Sex Survey, conduzida pela marca Durex em 2024 com quase 30 mil pessoas em 36 países, apenas 24% das brasileiras afirmam alcançar o clímax em todas as suas relações sexuais, enquanto 76% dos homens relatam vivê-lo com regularidade.
A explicação passa por fatores físicos, emocionais, culturais e até estruturais. Há uma construção histórica que desassocia o prazer feminino da vivência sexual. Em muitos casos, o orgasmo da mulher não é visto como parte essencial da relação, mas como algo complementar ou opcional. Isso impacta diretamente na forma como ela se relaciona com o próprio corpo e com o parceiro.
A falta de informação e o tabu em torno de temas como masturbação, uso de lubrificantes e anatomia do prazer também contribuem para esse cenário. Muitos desses recursos, fundamentais para tornar a experiência sexual mais confortável e satisfatória, ainda são cercados de desinformação ou julgamentos morais. O lubrificante, por exemplo, é frequentemente associado à falta de desejo ou a alguma disfunção, quando na verdade ele é um aliado importante para o bem-estar íntimo e para a ampliação do prazer, sobretudo para mulheres.
Para André Mendes, Head de Intimate Wellness na Reckitt Comercial, dona da marca Jontex, esse é um momento importante para estimular o diálogo, e não apenas entre marcas e consumidores. “Falar sobre prazer feminino não é tendência ou provocação: é uma questão de saúde, autoestima e igualdade dentro das relações. O gap do orgasmo é real, e só conseguimos enfrentá-lo com informação acessível, estímulo ao autoconhecimento e naturalização do tema”, afirma.
Segundo ele, as marcas também têm um papel nesse processo. “Temos buscado desenvolver produtos que ajudem a ampliar a experiência do prazer, com foco nas sensações e na diversidade de estímulos. É o caso de Jontex Intense, nossa linha de géis de prazer e camisinhas com sensação de vibração e esquenta e esfria. pensada especialmente para estimular o orgasmo feminino e potencializar o prazer de forma segura e divertida. Um estudo interno da Reckitt mostrou que 80% das mulheres que usaram o produto, chegaram ao orgasmo”, completa Mendes.
A data também reacende discussões sobre educação sexual, especialmente a que acontece fora do contexto escolar: dentro de casa, nas redes sociais, entre amigas. Incentivar esse tipo de conversa com responsabilidade e acolhimento, pode ser o primeiro passo para que cada vez mais mulheres reconheçam, respeitem e priorizem seu prazer.