Uso excessivo e errado das redes sociais aumenta dependência de prazer imediato e amplia sentimento de vazio; veja 5 dicas para proteger sua saúde mental nos ambientes virtuais e fora deles
Conectados o tempo todo, mas cada vez mais sozinhos. O Setembro Amarelo, mês de prevenção ao suicídio, traz uma reflexão sobre a busca frenética por dopamina rápida nas redes sociais, o que alimenta a solidão e enfraquece o sentido da vida, alerta a especialista na ciência da felicidade, Renata Rivetti.
“A dopamina rápida das redes sociais, o que podemos chamar de ‘dopamina digital’, oferece um alívio momentâneo, mas alimenta uma dependência que nos afasta de vínculos reais e que retira de nós o que dá sentido à vida”, afirma Renata, que é fundadora da Reconnect.
Um estudo feito por psicólogos da Universidade Brigham Young (EUA) mostra que a solidão aumenta o risco de morte prematura em cerca de 26% a 29%, o equivalente ao impacto de fumar 15 cigarros por dia, o que reforça a dimensão grave do isolamento social no bem-estar físico e mental.
Além disso, estudos da área de psiquiatria já provaram que o uso intensivo de redes sociais ativa os circuitos de recompensa do cérebro, elevando os níveis de dopamina de forma similar ao que ocorre com substâncias como álcool ou drogas. Esse padrão de estímulo rápido pode prejudicar a capacidade de encontrar prazer em atividades mais profundas e enriquecedoras.
“Nosso cérebro passa a esperar sempre a próxima notificação, o próximo like, e vai ficando cada vez mais difícil sentir prazer em coisas simples, como uma caminhada, uma boa conversa ou até mesmo uma refeição em família. É uma armadilha silenciosa que fragiliza nossa saúde mental”, reforça a especialista.
Como se proteger?
A especialista oferece 5 dicas para dar mais sentido à vida, dentro e fora das redes sociais, sem depender da “dopamina digital”:
1. Defina limites claros para o uso das redes
Reserve horários específicos para checar mensagens e redes sociais. Essa simples disciplina ajuda a reduzir a sensação de urgência constante e abre espaço para atividades mais significativas.
2. Cultive vínculos presenciais
Encontros cara a cara, mesmo que breves, fortalecem conexões reais e combatem o isolamento. Relações de qualidade são um dos fatores mais protetores para a saúde mental.
3. Invista em atividades com propósito
Praticar voluntariado, aprender algo novo ou dedicar tempo a um projeto pessoal amplia a sensação de sentido. Diferente da dopamina rápida, essas experiências geram satisfação duradoura.
4. Reaprenda a lidar com o tédio
Nem todo momento precisa ser preenchido por estímulos digitais. Permitir pausas e silêncios ajuda a mente a descansar, reorganizar ideias e reduzir a ansiedade.
5. Pratique presença intencional
Desconectar-se das telas em refeições, caminhadas ou conversas é um exercício simples de atenção plena. Essa prática fortalece vínculos, aumenta a consciência emocional e gera bem-estar genuíno.