De exames modernos a fatores de risco pouco comentados, Dra. Vivian Milani, radiologista da FIDI, reúne curiosidades que podem mudar e transformar a forma como mulheres encaram a prevenção e a mamografia
O câncer de mama é tipo que mais acomete mulheres no Brasil, mas a detecção precoce pode elevar as chances de cura a 98%, com tratamentos menos agressivos e mais eficazes. Apesar disso, apenas 23,7% do público-alvo realiza mamografia, número bem abaixo dos 70% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O Instituto Nacional de Câncer (INCA) projeta 73 mil novos casos entre 2023 e 20254, reforçando a urgência em ampliar o acesso aos exames. A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), maior prestadora de serviços de diagnóstico por imagem do país, realizou em 2024 mais de 5 milhões de exames, sendo 360 mil mamografias. Para Dra. Vivian Milani, médica radiologista especialista em mama da FIDI, “a mamografia é uma das principais ferramentas de combate ao câncer de mama. É um exame altamente eficaz, capaz de identificar lesões imperceptíveis ao toque, muitas vezes antes de qualquer sintoma. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento e oferece uma perspectiva de vida com mais qualidade”, defende.
A seguir, 7 fatos que toda mulher precisa saber:
- A mamografia encontra o que o toque não sente. O exame identifica lesões minúsculas, invisíveis ao toque, aumentando em até 98% as chances de cura quando realizado regularmente. É um grande aliado na redução da mortalidade, pois diagnostica a doença antes mesmo de existir qualquer alteração mamária.
- A radiação é mínima, o benefício é máximo. A mamografia é considerada segura. A dose de radiação é baixa e controlada, e os benefícios superam qualquer preocupação com a exposição, não representando risco para a saúde.
- Mamografia não impede o câncer, mas salva vidas. Embora não previna o surgimento da doença, permite que ela seja descoberta cedo, garantindo tratamentos menos invasivos e mais eficazes.
- O exame é simples e rápido. Realizado por técnica em radiologia, pode gerar desconforto momentâneo devido à compressão da mama, mas é ágil, não invasivo. Hoje conta com recursos tecnológicos que tornam a experiência mais confortável e precisa. A mamografia digital oferece imagens de alta qualidade e armazenamento imediato, enquanto a tomossíntese (mamografia 3D) permite visualizar a mama em diferentes planos, facilitando a detecção de alterações em estágios iniciais.
- Mamografia e ultrassom são aliados e não substitutos. Enquanto o ultrassom é mais eficaz em mamas jovens e densas, a mamografia é essencial para identificar alterações mínimas precocemente. Juntos, eles oferecem um panorama completo e mais preciso para a avaliação médica da saúde da mama.
- Estilo de vida pesa mais que a genética. Apenas 5% a 10%5 dos casos têm origem hereditária. A maioria está ligada a fatores como obesidade, sedentarismo, tabagismo e consumo de álcool, ou seja, todos evitáveis com hábitos saudáveis.
- Mamografia: a idade certa é a que o médico indicar. As diretrizes sobre o rastreamento mamográfico variam conforme a faixa etária e o sistema de saúde. A recomendação do SUS é realizar o exame a cada dois anos para mulheres de 50 a 69 anos. Já na saúde suplementar, a ANS ampliou a orientação para mulheres de 40 a 74 anos, sempre mediante indicação médica. A FIDI, por exemplo, orienta que mulheres acima dos 40 anos realizem anualmente mamografia e ultrassonografia transvaginal. No período pós-menopausa, além desses exames, a densitometria óssea também é recomendada. E lembre-se: o autoexame continua sendo uma prática valiosa para o autoconhecimento do seu corpo, embora não substitua a mamografia.
“A saúde da mulher precisa vir em primeiro lugar, por isso é importante realizar os exames diagnósticos com periodicidade, não deixando de consultar um médico especialista uma vez ao ano, assim tanto a detecção da doença, quanto o tratamento poderá ser mais ágil e eficaz”, conclui a Dra. Vivian Milani.