A puberdade é o nome dado ao período de transição entre a infância e a fase adulta. É uma fase de intensas modificações no corpo de meninas e meninos que os prepara para a vida adulta e para o início da fase reprodutiva. O problema acontece quando essas modificações surgem antes do previsto. É a chamada puberdade precoce que, segundo evidências e a experiência cotidiana de muitos médicos, está ficando cada vez mais frequente.
Sobre esse assunto, conversamos com a endocrinologista pediatra, dra. Taísa Macedo.
O que é a puberdade precoce central?
A puberdade precoce central é definida pelo aparecimento dos caracteres sexuais antes dos 8 anos na menina, traduzido pela presença de mamas, e antes dos 9 anos no menino, observado pelo aumento do testículo.
A sua ocorrência é mais comum em meninas, sendo 10 vezes mais frequente do que em meninos. Na maioria das vezes nas crianças do sexo feminino, (90%) não se encontra uma causa orgânica, enquanto que no menino, em torno de 60% das vezes há associação com uma causa orgânica.
Quais os fatores que contribuem para a puberdade precoce?
No mundo todo, a idade do início da puberdade vem diminuindo, já foram identificadas causas genéticas que contribuem para esse problema, há associação também com o excesso de peso e fatores ambientais (desreguladores endócrinos) presentes, por exemplo, em alimentos com agrotóxicos que podem ter efeitos semelhantes a hormônios.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, não existe comprovação científica de que um estímulo visual possa desencadear a puberdade. Esse estímulo pode erotizar, pode deixar o comportamento da criança inadequado, mas isso não vai provocar puberdade precoce.
Como é feito o diagnóstico e como se dá o tratamento?
Para o diagnóstico da Puberdade Precoce é muito importante realizar o exame físico e observar o desenvolvimento dos caracteres sexuais: mamas, pelos, medir o testículo. No exame físico também valorizamos a velocidade de crescimento. Com relação aos exames complementares são solicitados RX de mãos e punhos para determinar a idade óssea, exames hormonais como LH, FSH em ambos os sexos e Estradiol na menina e Testosterona no menino, além de ultrassonografia pélvica na menina.
O tratamento tem como objetivo principal evitar o prejuízo do crescimento determinado pelo excesso dos hormônios, além ajustar a criança às suas condições psicológicas e sociais.
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