Estudo realizado nos Estados Unidos identificou 9 pacientes que apresentaram o vírus e os anticorpos simultaneamente, algo incomum se comparado com outras infecções.
Pesquisadores do Children’s National Hospital, nos EUA, estudaram quanto tempo leva para que as crianças com coronavírus consigam eliminá-lo de seus corpos e quando elas começam a produzir anticorpos. A pesquisa, publicada nesta quinta-feira no Journal of Pediatrics, descobriu que o Sars-CoV-2 e os anticorpos podem coexistir nesses jovens pacientes.
“Na maioria dos [casos de infecção por] vírus, quando você começa a detectar anticorpos, não detecta mais o vírus. Mas na Covid-19, estamos vendo os dois. Isso significa que as crianças ainda têm potencial para transmitir o vírus, mesmo que os anticorpos sejam detectados”, disse, em nota, Burak Bahar, principal autora do estudo e diretora do Laboratório de Informática do Children’s National Hospital.
Os pesquisadores analisaram 6.369 crianças testadas para o Sars-CoV-2 e 215 testadas para anticorpos. Desses 215 pacientes, 33 foram testados tanto para o vírus quanto para os anticorpos enquanto estavam doentes. Entre os 33, nove apresentaram anticorpos no sangue, ao mesmo tempo que testaram positivo para o Sars-CoV-2.
Os médicos também descobriram que o tempo médio até que o virus não possa mais ser detectado, foi de 25 dias. O tempo médio para a presença de anticorpos no sangue foi de 18 dias, enquanto o tempo médio para atingir níveis adequados de neutralizantes foi de 36 dias. Os anticorpos neutralizantes são importantes para proteger uma pessoa contra uma reinfecção.
“A conclusão aqui é que não podemos baixar a guarda só porque uma criança tem anticorpos ou não apresenta mais sintomas. O papel contínuo da boa higiene e do distanciamento social continua crítico”, diz a Dra. Bahar.