No próximo dia 1º de Outubro comemora-se o Dia Internacional do Idoso. A data é oportuna para lembrar que a saúde dos mais velhos também passa pela boca
Os cuidados com o sorriso devem ser realizados em todas as fases da vida. No entanto, quando se fala nos idosos, a atenção deve ser redobrada. Isso porque, nessa fase da vida, a perda de dentes é comum. E ela afeta o paciente em vários níveis, já que prejudica a fala, mastigação e respiração, podendo até mesmo, em alguns casos, causar danos em órgãos nos sistemas digestivo e respiratório, complicações mais sérias para a saúde. “A perda de um único dente já é prejudicial”, alerta Bruno Candeias, dentista especialista em Periodontologia pela Unesp (Universidade Estadual Paulista). “Por isso, em caso de perda de dente, é preciso sempre recorrer o mais rápido possível ao dentista, para que seja encontrada a melhor solução, seja uma prótese móvel ou fixa”, conclui.
O especialista lembra, ainda, que os danos emocionais causados pelo problema têm que ser levados em conta. “A falta de um ou mais dentes compromete o convívio social e a autoestima do indivíduo, que pode se isolar, o que contribui para o surgimento de um quadro depressivo na terceira idade”. A partir da instalação das próteses, os pacientes idosos devem estar atentos aos cuidados de higiene. “As próteses também podem sofrer com o acúmulo de placa bacteriana. Por isso indico o uso do waterpick, irrigador oral de uso doméstico que promove a limpeza eficaz da área entre a gengiva e a prótese”, diz Bruno. Ainda segundo ele, indivíduos que usam próteses devem ir ao dentista a cada seis meses. “No caso das fixas, inclusive, o ideal é trocar os parafusos preventivamente todos os anos, para evitar solturas ou fraturas na peça, que podem ocasionar a perda do implante”, conclui.
Vale lembrar que os cuidados de higiene com as próteses se somam aos procedimentos básicos de higiene bucal, que são a escovação e o uso do fio dental após cada refeição. “Uma boa dica, para os idosos, é o uso da escova elétrica, indicada quando o paciente tem dificuldades motoras, causadas por AVC, artrites ou quedas, por exemplo”, diz o especialista.
Outros problemas comuns na terceira idade são a xerostomia (também conhecida como boca seca), que pode provocar inflamações da parte interna da boca e da garganta com a presença de feridas dolorosas nessas regiões, e a quelite angular, caracterizada por fissuras nos cantos dos lábios. “É importante estar atento à presença destes problemas, seja o próprio idoso ou familiares e cuidadores, pois há casos de quelite que podem evoluir para tumores”, diz Bruno.
O profissional também chama a atenção para a importância do atendimento humanizado nos consultórios odontológicos. “Os pacientes idosos buscam um ombro amigo no dentista”, diz. “Minha postura com os pacientes no geral e principalmente com os da terceira idade é de acolhimento e atenção plena. O foco deve ser na pessoa, sempre”, conclui.