Doença do silicone: retirada da prótese é a melhor opção?


Um dos procedimentos mais comuns entre as brasileiras, a colocação de prótese de silicone nas mamas, vem gerando questionamentos após pacientes relatarem que o implante implica o surgimento de diferentes sintomas, como fadiga e alterações hormonais. Como forma de amenizar ou solucionar essas mudanças no organismo, conhecidas como Doença do Silicone, muitas portadoras das próteses optam pela retirada do material. Mas será que essa é a melhor opção?
Segundo o cirurgião plástico  Antonio Mauricio Rodrigues de Souza, a remoção da prótese junto com as cápsulas pode apresentar resultados variados no que tange ao alívio dos sintomas. “De acordo com estudos, a resposta ao procedimento é individualizada, ou seja, alguns pacientes apresentam melhora acentuada, quanto outros, nenhuma alteração nos sintomas”, explica. “Entretanto, pessoas que não contam com processos imunológicos associados tendem a apresentar uma evolução maior”.
Por conta dessa amplitude de resultados, o conselho é sempre manter o acompanhamento médico e, no caso do surgimento dos sintomas, procurar por especialistas, como um reumatologista. “Qualquer intervenção deve ser analisada de forma individual para entender a necessidade e o risco à saúde, pois a Doença do Silicone ainda não é totalmente conclusiva e, portanto, merece sempre atenção especial”, reforça.
Apesar de o problema contar com 56 sintomas catalogados, o médico atenta para o fato de ainda não existir nenhuma comprovação científica entre os sintomas e a colocação das próteses de silicone. “Temos uma gama grande de sintomas descritos por pacientes, entre os quais os mais comuns são fadiga, cefaleia, tremores, insônia, alteração hormonal e perda de cabelo. Porém, ainda não há uma relação direta estabelecida entre os sintomas e o implante, assim como não existem testes ou diagnósticos para a doença”, alerta.
A incerteza mencionada pelo especialista deve-se ao fato dos incômodos relatados serem semelhantes aos da população em geral, o que impossibilita a determinação clara do perigo que se expõe quem faz a colocação de silicone nas mamas. Souza ressalta que a utilização é liberada pela FDA, agência de saúde e serviços humanos dos Estados Unidos, e pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por haver reduzido risco à saúde dos pacientes.

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