Relacionamento amoroso: porque é cada vez mais difícil manter relações duradouras?


VAMOS FALAR DE AMOR ?

Por que será que muitas vezes é tão difícil se manter em uma relação duradoura, seja um namoro ou casamento? Parece que hoje em dia vem faltando paciência para estar em uma relação, tipo assim: não me agrada, enche minha paciência, então, estou fora! 

A independência feminina proporcionou muito essa autonomia nas relações. O contrário também é verdadeiro, relações amorosas com tanto sofrimento como uma verdadeira prisão porque um dos parceiros (comumente a mulher) não consegue se separar e vive em uma relação abusiva. Sabe-se o quanto a dependência emocional existe e trava as relações saudáveis.

Estamos vivendo assim: ou não aguentamos nada da parceria ou aguentamos tudo, dois polos que nos deixam em um mesmo lugar: vivendo infelizes em busca do sonho de uma relação perfeita!

Será que existe explicação para tamanha insatisfação? As relações humanas estão tão machucadas que chegamos a dizer o quanto o ser humano é difícil. Você já ouviu essa frase ou já a verbalizou?

Somos difíceis sim, quando não conseguimos nos enxergar e entender que o outro é também uma projeção dos nossos desejos.

Você sabia que um relacionamento amoroso ativa as nossas memórias emocionais mais intensas e antigas? Memórias vivenciadas no nosso seio familiar. É natural que levemos para a relação a forma que aprendemos. E aprendemos a nos relacionar através da observação e das vivências do nosso primeiro modelo de relacionamento – nossos pais! Você já parou para pensar como foi o seu?

Gostaria até de abrir um parênteses aqui: levamos tudo que aprendemos, inclusive e principalmente, o que nos faltou na relação parental, o que podemos nomear como sendo nossas feridas emocionais. A nossa reação, a medida que vamos construindo mais intimidade no relacionamento amoroso, será a tentativa de compensar exatamente isso ao exigirmos da nossa parceria essa correspondência. 

Até aqui tudo bem, pois o problema não mora na compensação, essa é até uma atitude inteligente e de sobrevivência, mas o problema está na nossa inabilidade em nos relacionarmos e comunicarmos o que necessitamos do outro, apesar de fazermos isso desde o princípio da vida. O que mostramos, enquanto nos relacionamos, é a nossa defesa que construímos ao longo de muitos anos para acalmar a velha ferida que sangra toda vez que é ativada a falta que já vivenciamos um dia e para não deixar que ninguém a maltrate mais.

karina Machado é psicóloga, sexóloga e Presidente da Associação de Terapia de Família do RN. @kacontigo @atf_rn

O que machuca e faz os seus relacionamentos não darem certo e muitas vezes te deixam pensando que tem “o dedo podre”, é que você se defende muito mais do que mostra e solicita ao outro o que de fato precisa.

Se você entende suas necessidades emocionais (faltas), você não precisa se defender tanto e o outro poderá te ouvir mais.

Se conseguirmos transformar a memória ruim (da dor do que te faltou) em memória boa (de reparação) isso servirá como um grande ANTÍDOTO para a relação amorosa prazerosa e cheia de parceria. Você nunca mais usará o dito popular “ tenho o dedo podre”!

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