Covid-19: reinfecção é mais intensa, mas não ‘exageradamente grave’, diz médico


A confirmação do primeiro caso de reinfecção por Covid-19 em São Paulo – uma mulher de 41 anos, de Fernandópolis (SP) – despertou receio em quem já teve o novo coronavírus. O infectologista Max Igor Banks, coordenador ambulatorial de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital das Clínicas (HC), explicou à CNN o que se sente quando se contrai linhagens diferentes do vírus em um determinado espaço de tempo.

“Reinfecção com vírus respiratórios não é novidade, todo vírus respiratório tem essa capacidade de causar mais de uma infecção na vida. Todos esses casos de reinfecção, apesar de um pouco mais intenso na segunda vez, em nenhuma delas foram exageradamente graves. A gente fica um pouco mais tranquilo com essa possibilidade”, disse.

No caso do novo coronavírus, a análise é mais complexa. “Reinfecção existe, não tem sido muito frequente, ou não muito frequentemente detectado. O critério gera uma dificuldade muito grande de identificar os casos, há dificuldade de conseguir o vírus da primeira vez para fazer a análise laboratorial, que é o sequenciamento, e avaliar as linhas. Muitas vezes alguns casos que vão ocorrer não vão ser confirmados, é uma característica”, explica.

Mas a mutação do vírus não é rápida, conta Banks. “O coronavírus acumula mutações de forma muito lenta, ao contrário da Influenza. Ele tem outra característica, induz pouco à imunidade – quando se infecta, a pessoa não produz muito anticorpo. São vírus com dinâmicas diferentes”.

CNN BRASIL

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