Um novo estudo publicado nesta segunda-feira (11) no jornal científico Cancer, revisado pela Sociedade Americana do Câncer, aponta que, quando se trata de sexo oral, ter mais de 10 parceiros está associado a uma probabilidade 4,3 vezes maior de desenvolver câncer orofaríngeo relacionado ao papilomavírus humano (HPV).
Essa relação já havia sido constatada em pesquisas anteriores, mas especialistas da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, decidiram investigar mais a fundo a questão. Para examinar como o comportamento ligado à atividade sexual traz esse risco, a equipe liderada pela médica Virginia Drake avaliou um grupo de 508 pessoas: 163 com câncer orofaríngeo relacionado ao HPV e 345 sem a doença.
Os voluntários responderam a uma pesquisa comportamental, e os resultados mostraram que, além do momento e da intensidade do sexo oral, a idade importa: os indivíduos que tiveram parceiros sexuais mais velhos quando jovens e aqueles que praticaram sexo extraconjugal tinham maior probabilidade de ter esse tipo de câncer.
“Nosso estudo contribui com pesquisas anteriores ao demonstrar que não apenas o número de parceiros sexuais orais, mas também outros fatores não avaliados anteriormente contribuem para o risco de exposição ao HPV por via oral e subsequente câncer orofaríngeo”, observa Drake, em comunicado.
Ela alerta que esses dados são importantes num momento em que esse tipo de tumor maligno vem crescendo nos Estados Unidos. No Brasil, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) estimou que, em 2020, 15.190 novos casos de câncer de boca seriam diagnosticados no Brasil e 6.455 mortes ocorreriam em razão da doença, que tem como um dos principais fatores de risco a infecção pelo HPV.
A vacina contra as cepas cancerígenas do papilomavírus humano está disponível na rede pública de saúde brasileira para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos de idade.
REVISTA GALILEU