Covaxin é produzida pela indiana Bharat Biotech — Foto: Reprodução/Instagram/Bharat Biotech
Testes da vacina indiana devem começar em março e durar de 45 a 90 dias. Anvisa retirou exigência de estudos de fase 3 no Brasil para aprovar uso de vacinas contra Covid-19, mas responsável pelos testes disse que cronograma está mantido. Governo federal já manifestou interesse em comprar a vacina.
O Instituto Albert Einstein, vinculado ao hospital, anunciou nesta quarta-feira (3) um acordo para realizar, em São Paulo, estudos de fase 3 da vacina Covaxin, desenvolvida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.
Segundo o Instituto Israelita Albert Einstein de Ensino e Pesquisa, os testes devem começar em março e durar de 45 a 90 dias. A vacina deve ser aplicada em duas doses, com intervalo de 28 dias entre elas.
A Covaxin é uma vacina contra Covid-19 desenvolvida a partir de vírus inativados que está na fase 3 de testes na Índia, etapa em que a eficácia é verificada. Os primeiros estudos clínicos mostraram que o imunizante não gera efeitos colaterais graves e produz anticorpos para a Covid-19. De acordo com a agência Reuters, o país aprovou o uso emergencial da vacina em meio a críticas sobre a falta de informações sobre sua eficácia.
O governo federal já manifestou interesse na compra de doses do imunizante. Nesta quarta-feira o Ministério da Saúde anunciou que vai se reunir com representantes do laboratório indiano Bharat Biotech, que desenvolve a Covaxin, junto com porta-vozes do instituto russo Gamaleya, fabricante da vacina Sputnik V. O objetivo da reunião, segundo a pasta, é negociar a compra de mais 30 milhões de doses de vacinas.
Em janeiro, laboratórios particulares também anunciaram negociação com o laboratório Bharat Biotech para adquirir cerca de 5 milhões de doses para a rede privada.
A realização de estudos de fase 3 no Brasil era uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para aprovação de uso emergencial de qualquer vacina contra a Covid-19. No entanto, a agência retirou essa condição nesta quarta-feira.
A direção do Einstein não informou quando o pedido para o uso emergencial da Covaxin será feito.
Apesar disso, o responsável pela pesquisa, diretor de pesquisa do Instituto Israelita Albert Einstein de Ensino e Pesquisa, disse que a mudança nas regras da Anvisa não altera o início dos testes. “Nós temos conhecimento da retirada da exigência, mas não afeta em nada o cronograma. Nós achamos que é importante que as vacinas sejam testadas no Brasil, independente da Anvisa estar abrindo essa possibilidade”, explicou Luiz Vicente Rizzo, diretor no Einstein.
Para Rizzo, a realização dos testes no Brasil também aumenta o portfólio de pesquisa clínica no país e traz vantagens para os participantes do estudo. “Você amplia o portfólio, você aumenta a pesquisa clínica no Brasil e você tem a vantagem dos pacientes que participam, porque os participantes da pesquisa recebem imediatamente a vacina […] Então, você também ajuda a diminuir o custo genérico para o país e vacina mais rapidamente as pessoas”, explicou o responsável pelo estudo.
O diretor do Einstein diz não saber quando o pedido para o uso emergencial será feito, mas afirmou que é preciso aguardar a publicação das novas normas da Anvisa, anunciadas nesta quarta, para decidir se o pedido será feito após a finalização dos testes ou não.
“Não sei como isso vai acontecer. Nosso negócio aqui é fazer a pesquisa, e entregar um dado confiável”, disse o diretor.
G1