Neurocientista Fabiano de Abreu explica que já sofremos uma pandemia antes não avisada ou percebida, da disfunção em nossos neurohormônios
Nosso organismo é nosso código genético, tem como memórias traçadas, experiências e adaptações do período paleolítico, neolítico e idade dos metais, todo um processo evolutivo. Passamos pela Idade Antiga, Média até chegar na Moderna e agora a Contemporânea. E nesta última, tivemos uma mudança de chave de forma abrupta, com a industrialização e a tecnologia. E vale a reflexão e ao raciocínio dentro de uma lógica: veja quantos milhares de anos para uma adaptação enquanto centenas de anos para uma mudança repentina nos costumes. No dia 7 de Abril, dia mundial da Saúde, cientista diz que devemos nos preocupar com a Saúde Mental.
De acordo com o Neurocientista, Fabiano de Abreu, tudo na vida tem que ser em equilíbrio e o nosso organismo precisa também permanecer em equilíbrio para o bom funcionamento de todo o corpo e a mente. Ainda segundo ele, “tudo na vida são sinônimos e são significados de similaridade plural, ou seja, significância lógica do equilíbrio”. Caso nosso organismo não esteja em homeostase, sofremos as consequências como disfunções hormonais, nos neurotransmissores, na microbiota, entre outras. “Já vivíamos em uma pandemia, e agora em outra pandemia, reconhecemos que estamos doentes da mente. É urgente a necessidade da saúde mental.” diz Abreu
“Para entender mais ainda essa lógica, temos que ter a consciência que existimos para sobreviver e para isso, nosso organismo trabalha em função desta sobrevivência e permanência na terra, desde alimentação, reprodução para permanência da humanidade e todo o necessário para se manter vivo tempo suficiente para cuidar da próxima geração e depois morrer. É por isso que nosso cérebro emocional trabalha em prol da sobrevivência e essa mudança repentina está a causar uma confusão em nosso mecanismo de sobrevivência”, esclarece Abreu.
As tecnologias têm nos deixado mais ligados, aumentou a nossa ansiedade e queremos tudo para ontem, a ansiedade é a pendência para a busca pela sobrevivência. Depois, temos neurotransmissores como a dopamina, responsável pela recompensa, se ela não existisse, não teríamos vontade de conquistar nada, nem mesmo o alimento para nos mantermos vivos como reforça Abreu:.
“Sim, estamos agitando cada vez mais as nossas vidas, buscando cada vez mais doses de dopamina, e quando percebemos, culpamos o tempo de passar rápido, quando não percebemos que nós mesmos que não notamos o tempo passar. E temos diversos de outros neurotransmissores que estão relacionados com a vida, que são as razões de quem somos e como somos”.
A pandemia mudou nossa rotina, fez aumentar os transtornos, nos mostrou o quanto estamos vulneráveis e desacostumados a lidar com a verdadeira vida e revelou o que não percebemos ou não quisemos perceber. Estamos mediante a uma confusão mental pois nosso organismo não está preparado para mudanças que não sejam de forma equilibrada. Revelando assim uma pandemia já existente, acentuada, a da doença da mente, ou melhor, do cérebro.