Enquanto o mundo corre com a vacinação contra a covid-19, algumas farmacêuticas procuram outro caminho para tratar a pandemia. Um estudo patrocinado pela Pfizer está tentando produzir um remédio para tratar no início da doença, e em casa, as infecções por coronavírus.
Há muito sigilo em torno dos experimentos, mas se sabe que 60 voluntários adultos foram divididos nos Estados Unidos e na Bélgica para testarem o remédio, que seria o primeiro especificamente para covid. Se os cientistas tiveram sucesso, a droga pode estar disponível ainda esse ano.
A molécula antiviral testada recebeu o nome de PF 07321332 e é um inibidor de protease, um tipo de enzima. A fórmula deve atacar a “espinha” do coronavírus e impedir que se reproduza no nariz, garganta e pulmões. No Reino Unido, o uso de inibidores de protease impediu a propagação de HIV anos atrás.
A Pfizer não quer revelar muito por enquanto, mas disse que o remédio tem “potencial antiviral in vitro contra SARS-CoV-2”. Com isso, o medicamento poderia servir também para gripe e ser adaptado para outras ameaças futuras.
Em um anúncio oficial da companhia, o diretor científico e presidente da Pfizer Mikael Dolsten falou que a droga tem potencial para ser utilizada no primeiro sinal de infecção, “sem precisar que os pacientes estejam hospitalizados ou em condição crítica”.
Até fevereiro, a droga não tinha sido administrada em humanos e a informação ainda não foi atualizada. Em animais, o laudo oficial é de que o remédio não trouxe riscos significativos ou efeitos colaterais preocupantes em nenhuma das doses que serão usadas em estudos clínicos.
Quando os testes chegarem na fase humana, os voluntários terão que completar três etapas ao longo de 145 dias e, depois, voltarão para outros 28 dias de ajustes de doses. O medicamento vai ser administrado com um pouco de Ritonavir, um antiviral utilizado no tratamento de HIV e que servirá para aumentar a quantidade de inibidor de protease no sangue.
Na primeira fase, será observado como os voluntários toleram um aumento de dose, sozinha e com Ritonavir, se há efeitos colaterais e como eles se sentem depois de tomar a droga. A fase dois é parecida, mas com múltiplas doses.
Na última fase, os pesquisadores querem testar o remédio na forma líquida e em comprimido, além de ver qual a diferença de tomá-lo junto a refeições. Depois, será necessário ver a eficácia do medicamento em pessoas infectadas por covid-19.
UOL