Tomar antibióticos por mais de seis meses aumentaria o risco de câncer no cólon


Segundo estudo sueco, o uso prolongado desse medicamento está associado a tumores em uma região específica do intestino

Por Alexandre Raith, da Agência Einstein

Pesquisadores da Universidade de Umeå, na Suécia, descobriram que recorrer aos antibióticos continuamente por mais de seis meses está associado a um risco 17% maior de câncer de cólon ascendente (um pedaço específico do intestino) nos próximos cinco a dez anos após o uso. O motivo seria o impacto desses medicamentos na microbiota intestinal. Os resultadosforam divulgados no Journal of National Cancer Institute.

Segundo o estudo, a utilização prolongada de antibióticos teria um efeito maior que fatores de risco já estabelecidos, como o excesso de gordura corporal.

Curiosamente, os pesquisadores não encontraram uma associação entre antibióticos e o risco de câncer em outro trecho do intestino — o cólon descendente. De qualquer forma, eles alertam para o uso indiscriminado dessesmedicamentos.

“Os resultados ressaltam o fato de que há muitas razões para restringir o consumo de antibióticos. Embora esses remédios salvem vidas, devemos tomar cuidado”, afirmam os pesquisadores do trabalho, em um comunicado para a imprensa. A utilização racional desses fármacos também é importante para conter a resistência bacteriana, um problema que vem atingindo proporções preocupantes no mundo.

A equipe analisou dados de 40 545 casos da doença do Registro Sueco de Câncer Colorretal. As informações foram comparadas a um grupo de 202 720 indivíduos sem o problema. Entre os participantes, 52,9% eram homens e 47,1%, mulheres.

Durante o tempo médio de acompanhamento de oito anos, 18,7% das pessoas que manifestaram esse tumor não haviam recebido prescrições de antibióticos, ante 22,4% da turma livre da enfermidade.

Setembro Verde

Essa campanha tem o objetivo de chamar a atenção para a detecção precoce do câncer de intestino. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), foram registrados cerca de 40 mil novos casos no país em 2020 e um pouco mais de 20 mil mortes.

De acordo com o Inca, os principais fatores de risco são:

Envelhecimento (principalmente acima dos 50 anos)
Excesso de peso corporal
Alimentação pobre em frutas, vegetais e fibras
Ingestão excessiva de carne vermelha e processada
Histórico familiar
Tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas

Já os sintomas mais frequentes, que devem ser investigados por um especialista, são sangue nas fezes, diarreia ou prisão de ventre, dor ou desconforto abdominal, fraqueza, anemia e perda de peso sem causa aparente. Se esses sinais surgirem e se persistirem, não deixe de falar com um médico.

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