*Dra. Flávia Delgado Martins
O dia 23 de novembro é o Dia Nacional de Conscientização sobre o Câncer Infantojuvenil.
Embora represente a principal causa de morte por doença entre 1 e 19 anos, o câncer na infância e adolescência é uma doença rara. Assim, é natural que as pessoas que convivam com as crianças ou adolescentes minimizem algumas queixas, como dor e fadiga, ou não se atentem para sinais como distúrbios de marcha, perda de peso e manchas roxas no corpo, entre outros sinais e sintomas que podem estar relacionados ao câncer. É de suma importância não subestimar a capacidade de comunicação da criança ou adolescente. Eles podem contribuir com informações valiosas para a elucidação diagnóstica, além de terem o direito de expressar dúvidas e anseios.
Para o médico, é importante praticar a escuta profunda. Estar apto a ouvir todas as queixas, mesmo aquelas não diretamente relacionadas à criança, como por exemplo, quantasunidadesaquela família passou até conseguir o atendimento, pois isso o ajudará a julgar com maior sensatez a queixa principal.
Pacientes e familiares precisam ter em mente que a consulta é o momento de dirimir todas as dúvidas e receios. Ainda que o médico não saiba exatamente o diagnóstico final, até a dúvida deve ser comunicada, para que a família observe rigorosamente a criança ou adolescente até a resolução dos sintomas ou se atente ao surgimento de outras alterações.
A boa notícia é que, de acordo com o INCA, 8 entre 10 crianças e adolescentes diagnosticados com câncer podem ser curados se a doença for descoberta precocemente e tratada em centros especializados. Por isso é tão necessário não ignorar os sinais iniciais do câncer, dar atenção às queixas, principalmente as recorrentes, ter acompanhamento médico regular e levá-los para consulta com o pediatra caso surja alguma anormalidade. Afinal, toda queixa importa.
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