Pacientes que eram fisicamente ativos antes e depois do diagnóstico da doença apresentaram a redução na taxa de mortalidade mais significativa
Por Alexandre Raith, da Agência Einstein
A prática de exercícios físicos está associada a uma maior longevidade em indivíduos com doença de Parkinson, segundo estudo conduzido na Coreia do Sul. Ao analisarem os dados de mais de 10 mil pessoas com o diagnóstico, os pesquisadores perceberam que osexercícios – em todas as intensidades – diminuíram a mortalidade por diferentes causas. Os resultados do estudo foram publicados no periódico científico JAMA Neurology.
Para chegar a essa conclusão e determinar como a quantidade e a frequência da prática estariam associadas à taxa de óbitos, os pesquisadores avaliaram as informaçõesde atividade física dos pacientes recém-diagnosticados com Parkinson, e que haviam passado por exames médicos dois anos antes, disponíveis no Sistema Nacional de Saúde do país asiático. Três níveis de intensidade dos exercícios físicos foram observados:
Foram considerados fisicamente ativos os indivíduos que praticavam atividades de alta intensidade três ou mais vezes por semana, ou de intensidade moderada pelo menos cinco vezes. Nos dados de oito anos, os pesquisadores chegaram a algumas conclusões:
Outras variáveis também foram avaliadas, para compor a análise, como o consumo de bebida alcóolica, dadosantropométricos (estatura, peso e pressão arterial), Índice de Massa Corporal (IMC), níveis de colesterol e de triglicerídeos e possíveis comorbidades. Apesar dos achados, os autores do trabalho destacam que outros estudos são necessários.
Doença de Parkinson
Doença degenerativa do sistema nervoso central, o Parkinson ocorre pela degeneração de células responsáveis pela produção do neurotransmissor dopamina. Como afunção desta substância é transmitir mensagens entre as células nervosas para a realização de movimentos voluntários do corpo de forma automática, a redução na produção gera o sintoma mais característico da doença: os tremores.
Os motivos que levam à degeneração das células nervosasainda são desconhecidos. No entanto, presume-se que fatores genéticos ou ambientais possam estar por trás. Entre os principais sintomas, estão:
A doença de Parkinson não tem cura, mas é manejávelcom medicamentos que repõem em parte a dopamina que não está sendo produzida. Recomenda-se, ainda, a prática regular de atividade física e o acompanhamento por uma equipe multiprofissional formada por fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicológico e nutricionista.