Evitar aglomerações, especialmente se não souber setodos estão vacinados, é uma medida importante nesse momento
Por Isabella Sanches, da Agência Einstein
Pela segunda vez neste período pandêmico, os brasileiros estão diante do mesmo dilema: é possível reencontrar os parentes e amigos para as celebrações de fim de ano ou deve-se esperar um pouco mais? E, se houver encontros, quais cuidados devem ser mantidos ou mesmo retomados?
Para a infectologista Tânia Chaves, membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Pará (UFPA), as festas certamente vão acontecer. “É inevitável”, acredita, mas reforça que a pandemia ainda não terminou. “Não dá para flexibilizar o uso de máscaras, na minha avaliação. As medidas de proteção devem ser mantidas, especialmente com a notícia da nova variante [Ômicron]. É muito prematuro também a flexibilização de reunião de pessoas”, alerta.
Segundo a especialista, as bases do cuidado devem continuar ou serem retomadas, como o uso correto das máscaras, a higienização adequada das mãos, manter o distanciamento social e evitar aglomerações, mas também não viajar ou visitar pessoas se estiver com sintomas de doença respiratória.
“Para os viajantes, nesse momento com a nova variante, é importante fazer a quarentena e o teste RT-PCR 72 horas antes entre os vacinados”, destaca a infectologista. O exame avalia a presença do material genético do vírus, e a coleta é feita pelo swab inserido na via respiratória do paciente.
Caso as recomendações dos especialistas mudem nos dias anteriores às festas, vale a precaução e manter as celebrações remotamente.
Como aumentar a segurança nas festas de fim de ano?
Estar em uma aglomeração com pessoas desconhecidas(que podem estar vacinadas ou não) é considerado um comportamento arriscado, e que deve ser evitado nesse momento, de acordo com Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista e ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Embora a vacinação completa seja uma forma de reduzir os riscos, outras medidas associadas contribuem com a segurança dos encontros:
As medidas valem tanto para os adultos quanto para as crianças. “A maioria das crianças tem um quadro leve da doença, mas ainda assim podem passar o vírus para outras pessoas”, explica Vecina Neto.
De acordo com a infectologista Tânia Chaves, no caso de suspeita de covid-19, deve-se evitar a transmissão. “Seestiver com algum sintoma de doença respiratória, mesmo com o esquema vacinal em dia, a recomendação é ficar em casa”, alerta.
Deslocamento seguro
As viagens de carro são consideradas menos arriscadas para a covid-19, desde que feitas com pessoas com quem a família já convive e que todos estejam vacinados, de acordo com os especialistas. Os deslocamentos de ônibus têm um risco maior, pois há uma concentração maior de indivíduos e nem sempre há garantias de que todos estejam vacinados ou tomando os cuidados para não se contaminar.
No caso das viagens de avião, o filtro utilizado no ar-condicionado da aeronave é eficaz para filtrar partículas, como os vírus, e segundo Tânia Chaves, infectologista, a viagem pode ser segura, desde que as medidas de proteção sejam seguidas. “Como, por exemplo, o uso de máscaras, de preferência as de tipo PFF2 ou N95, e a higiene das mãos”, lista a especialista.
Quem for viajar de avião precisa se preocupar mais com o trânsito nos aeroportos. De acordo com o médico sanitarista Vecina Neto, os momentos antes e depois de entrar nas aeronaves são quando há maior chance de contato com o coronavírus. Por isso, é fundamental reforçar as medidas de distanciamento social nesses ambientes e lavar as mãos constantemente.