A atriz Guta Stresser, 49, revelou em entrevista à Veja que foi “aterrorizante” receber o diagnóstico de EM (esclerose múltipla), doença crônica sem cura, progressiva e autoimune que tem como características inflamação e perdas neuronais. “Perdi o chão na mesma hora. Nem sabia direito o que era aquilo, só que afetava o cérebro, e só isso me soou aterrorizante”, disse.
Entre os sintomas, a atriz contou que notou perda de memória, inclusive de palavras simples. “Parecia tudo normal até que, durante os ensaios [da Dança dos Famosos)], eu passava a coreografia e, quando terminava, não lembrava de mais nada, nada mesmo. Não entendia o motivo, sempre tive facilidade para essas coisas”, comentou.
“Mas meu quadro foi se agravando. Comecei a esquecer palavras bem básicas, como copo e cadeira. Se ficava duas horas parada assistindo a um filme na TV, logo sentia dores musculares”, completou a atriz. O diagnóstico veio após Guta cair na sala de casa e buscar atendimento médico.
Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de controle da doença. Contudo, as manifestações iniciais da EM compõem um mosaico de sinais e sintomas, e pode ser difícil identificá-la em um primeiro momento.
Por vezes, o avanço da enfermidade é lento, os seus sinais poderão ser leves e esporádicos, e ainda se confundirão com os de outras doenças.
“A autopercepção é difícil”, fala Maria Betânia Beppler, especialista em clínica médica e preceptora do curso de medicina da Universidade Positivo (PR). Ela relata que nem sempre se chega a esse diagnóstico na primeira consulta e que cabe ao médico generalista —geralmente o primeiro profissional a atender esse tipo de queixa— conhecer o conjunto de sinais e sintomas da doença.
“O que é preciso ter em mente é que, ao observar sintomas que aparecem de repente [agudos], especialmente os relacionados à perda de visão ou déficit motor de um dos grupos musculares [perda de força no braço ou na perna], tem de pensar que se trata de uma emergência. Buscar ajuda médica deve ser a decisão imediata”, sugere a médica.
O primeiro atendimento pode até ser feito em um pronto-socorro, mas o paciente deverá ser encaminhado para um neurologista.
Saiba reconhecer os sintomas
A depender da área acometida pela EM, os sintomas serão variados e podem ser percebidos como um déficit neurológico súbito, que podem até ser confundido com sintomas de AVC (acidente vascular cerebral), como, por exemplo, a perda de movimentos de um lado só do corpo. Eles ainda podem aparecer e desaparecer e, depois, piorarem.
Apesar disso, a manifestação mais comum é a perda de visão em um dos olhos, dor local, mas também pode ocorrer prejuízo nos movimentos, formigamento ou perda de sensibilidade, e até mesmo de outras funções corporais. Por outro lado, podem ser ainda observados os seguintes sinais:
- Perda da visão (pode ser de um olho apenas), visão dupla;
- Tontura ou perda de equilíbrio;
- Mudança na fala (disastria);
- Dificuldade para engolir (disfagia);
- Fraqueza;
- Tremor;
- Cansaço;
- Perda de sensibilidade;
- Formigamento (parestesia);
- Perda do tato (disestesia);
- Incontinência;
- Constipação;
- Urgência urinária;
- Diarreia;
- Refluxo;
- Perda de memória;
- Dificuldade de concentração;
- Perda das funções executivas;
- Depressão;
- Ansiedade;
fonte: UOl
Confira essa entrevista com a neurologista, com especialidade em neuroimunologia Dra. Larissa Góis. Ela trouxe informações importantes sobre a Esclerose Múltipla.