1 em cada 6 homens vai ter a doença
Enfrentar o câncer é um dos maiores desafios para qualquer pessoa. No caso do câncer de próstata, além do risco de vida, muitos homens temem os efeitos adversos da cirurgia de retirada do tumor. O problema é que a próstata fica muito próxima da bexiga e a Prostatectomia Radical (retirada total da glândula), aberta ou por videolaparoscopia, pode afetar a musculatura que ajuda no controle da continência urinária. Por isso, um número significativo de pacientes sofre com o problema após a cirurgia. Além disso, os nervos responsáveis pela ereção, que se localizam ao lado da próstata devem ser preservados, evitando algum grau de impotência sexual.
Avanço tecnológico e mais qualidade de vida
Na cirurgia robótica, o cirurgião comanda um robô que tem uma câmera de alta-resolução e instrumentos menores, garantindo mais precisão na Prostatectomia Radical. De acordo com o cirurgião Marcos Dall´Oglio, com este tipo de procedimento, “um paciente que tem uma boa condição sexual antes do câncer consegue preservar 80% da qualidade de ereção. Já os casos de incontinência são raros – menos de 1% dessa sequela”. Alguns homens podem precisar de tratamentos complementares como radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, dependo da gravidade da doença e metástases. O urologista explica que a cirurgia robótica tem trazido significativos avanços para o tratamento de muitas doenças urológicas: precisão nas dissecções de órgãos e tumores, menos dor e necessidade de usar medicamentos analgésicos, menos riscos de sangramentos e menor tempo de internação hospitalar.
No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Estima-se que um em cada seis homens vai ter câncer na próstata ao longo da vida. De acordo com o INCA, foram mais de 65 mil casos em 2020 e 15.841 mortes. A próstata é uma glândula que produz parte do sêmen, líquido espesso que contém os espermatozoides, liberado durante o ato sexual. O câncer na fase inicial não apresenta sintomas. Ao se agravar, pode provocar dor óssea, sintomas urinários e insuficiência renal. Ele é mais comum a partir dos 65 anos. A consulta anual com o urologista para quem tem casos na família deve iniciar aos 45 anos e para demais pacientes com 50 anos. A prevenção é feita com PSA e o exame de toque retal.