Estudos mostram a baixa proteção das brasileiras contra o HPV, doença sexualmente transmissível que pode causar câncer de colo de útero
O HPV, sigla em inglês para Papilomavírus Humano, é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo. Contudo, 17% das brasileiras não sabem que a doença é transmitida pelo sexo, como apontou um estudo realizado pela Famivita. Em Rondônia, esse número sobe para 35% – ou 1 a cada 3 mulheres.
Mesmo que muitas mulheres entendam a origem da infecção, é elevado o número de brasileiras que ainda não se vacinaram contra o HPV. De acordo com o Trocando Fraldas, braço da Famivita, esse total chega a 43%. O maior número está no grupo de mulheres entre 30 e 35 anos (54%). Tocantins é o estado com o maior número de mulheres não vacinadas, com 56% das participantes.
Importância da vacinação
Um estudo inglês publicado pela revista científica The Lancet apontou que a vacina diminui 87% as chances de o HPV se tornar câncer. Quanto mais cedo a vacina é aplicada, maior o impacto de proteção. O ideal é que as meninas sejam vacinadas ainda com idade entre 12 e 13 anos.
O SUS oferece vacinação gratuita contra o HPV para meninas de 9 a 14 anos, e mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos. Meninas e mulheres com idade entre 14 e 45 anos podem tomar a vacina no sistema privado de saúde, caso tenham acesso a um plano de saúde ou condições financeiras para pagar a aplicação do imunizante.
O mesmo estudo realizado pela Famivita apontou que 37% das brasileiras não sabem sobre esta informação. Especialmente as mulheres dos 25 aos 29 anos (46%). Conforme a instituição especializada em saúde da mulher, é fundamental que meninas e mulheres tomem a vacina.
“A partir da imunização contra o HPV, é possível prevenir não só o câncer de colo do útero, mas também o de vulva, ânus e vagina nas mulheres e de pênis nos homens. Além disso, essa proteção pode auxiliar na prevenção de lesões pré-cancerosas”, explica a Dra. Marcela Bonalumi, médica oncologista do Hospital Pérola Byington, em São Paulo.
Além da vacina, mulheres acima dos 25 anos devem realizar o exame do Papanicolau regularmente. Ele é oferecido gratuitamente pelo SUS e permite identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero.
A OMS reconhece a vacinação como uma forma extremamente importante de prevenir o HPV e um futuro câncer de colo de útero. Entretanto, a imunização não é a única forma de se prevenir. O uso de preservativo durante as relações sexuais é altamente recomendado, já que previne as mais variadas ISTs.
Câncer de colo de útero