Segundo o médico Igor Thiago Queiroz, campanhas de vacinação objetivam não apenas a proteção individual, mas a coletiva
Para uma proteção mais eficaz contra a Covid-19, é essencial receber doses de reforço do imunizante. Porém, no Rio Grande do Norte, mais de 1 milhão de pessoas ainda não receberam a segunda e a terceira dose da vacina, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap).
Segundo estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas deste ano, a dose de reforço contra a Covid-19 eleva a proteção contra a infecção causada pelo vírus e contribui, ainda, para a proteção contra variantes da doença. É o que revelou mais uma pesquisa publicada pela revista The Lancet nesse mês de junho concluiu que a vacinação contra o coronavírus evitou quase 20 milhões de óbitos em todo o mundo.
Presidente da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia (SRNI) e professor do curso de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), o médico infectologista Igor Thiago Queiroz explica que a dose de reforço é recomendada quando, após receber todas as doses iniciais de uma vacina, mais uma dose vem a fim de reforçar a imunidade.
Diante das evidências científicas, Igor Thiago frisa que “reforçar a aplicação de imunizantes eleva a quantidade de anticorpos, tornando o organismo mais protegido contra o vírus”. O médico ainda ressalta que a vacinação é uma das mais importantes descobertas para elevação da qualidade de vida da população mundial. “Somente com a vacinação, o saneamento básico, a água potável e os antibióticos, é possível aumentar a expectativa de vida da humanidade”, ressalta.
Ainda de acordo com o infectologista, campanhas de vacinação objetivam não apenas a proteção individual, mas a coletiva. No entanto, o infectologista diz que a adesão da população à vacinação contra covid-19 e outras doenças caiu nos últimos cinco anos. “Coberturas vacinais de hepatite B, meningite C, poliomielite, sarampo vêm caindo bastante nesses últimos anos, e isso tem reflexo no surgimento de muitos casos dessas doenças. O sarampo, por exemplo, uma doença que estava controlada até 2015, registrou mais de 20 mil casos em 2022”, revela.
Igor Thiago alerta que essa problemática pode levar a um agravamento no serviço público de saúde do país. “Temos prontos-socorros lotados por arboviroses e covid-19. Diante dessa realidade, o serviço de saúde tende a superlotar com o aumento de casos de doenças que podem ser evitadas por meio de vacina”, pontua.