No Brasil, o mês de agosto é conhecido como Agosto Dourado, por simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação. De acordo com a OMS e o Unicef, cerca de 6 milhões de vidas são salvas anualmente por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade.
Apesar dos inúmeros benefícios do aleitamento materno, segundo a OMS, apenas 39% dos bebês brasileiros são amamentados com exclusividade até os cinco meses de vida. “É preciso lembrar que o ato de amamentar é desafiador para a grande maioria das mulheres e tem impacto importante na saúde mental da mãe”, diz Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT. “Cuidar de um recém-nascido demanda energia e dedicação intensas, o que pode trazer uma sobrecarga física e emocional, deixando a mulher mais fragilizada emocionalmente”, conclui.
O especialista lembra, ainda, que as emoções podem afetar a lactação por meio da relação entre saúde física e emocional (mecanismos psicossomáticos). Assim, a confiança, autocontrole e a tranquilidade são fatores que favorecem o aleitamento.
Além disso, a privação de sono e as oscilações hormonais do período, somados à responsabilidade da lactação, podem desencadear um processo de depressão pós-parto. “As dificuldades em dar de mamar são reais e é importante contar, nessas horas, com suporte psicológico, focando no acolhimento, autoconhecimento e auto confiança para que o processo seja menos dificultoso e mais prazeroso”, conclui.
Colombini destaca também que ter uma rede de apoio formada por familiares, amigos, padrinhos e profissionais de assistência materno-infantil (como o pediatra e consultora de amamentação), faz muita diferença. “Uma rede protetiva atua a favor do bem-estar da mulher, contribuindo para deixá-la mais segura e tranquila com relação às questões do bebê”, diz ele.