Injeções de insulina são uma constante na vida de muita gente que tem diabetes. Mas um estudo feito com ratos mostrou que comprimidos de insulina são absorvido no corpo da mesma forma que a versão injetável. A pesquisa foi publicada no periódico Nature Scientific Reports em junho.
A ideia de uma pílula de insulina não é exatamente uma novidade. Em 2018, pesquisadores da Universidade Harvard já haviam criado uma fórmula. Em 2021, no encontro anual da ADA (American Diabetes Association), cientistas de uma empresa britânica apresentaram os resultados da fase 2 de testes em seres humanos de uma insulina encapsulada.
A dificuldade de finalmente encontrar uma alternativa que funcione é que a insulina é um medicamento particularmente difícil de tomar por via oral: ela é uma proteína, e grande parte dela é facilmente decomposta no estômago e intestinos bem antes de chegar ao fígado, onde é necessária.
Em um comunicado, Yigong Guo, primeiro autor do estudo publicado na Nature, disse que para insulina injetada, geralmente são necessários 100 UI por injeção. “Outros comprimidos ingeridos em desenvolvimento que vão para o estômago podem precisar de 500 UI de insulina, que é principalmente desperdiçada, e esse é um grande problema que estamos tentando resolver.”.
No estudo com os ratos, os cientistas então usaram uma abordagem diferente: projetaram um comprimido que se dissolve entre a gengiva e a bochecha. Essa área está cheia de minúsculos capilares, o que significa que a droga pode contornar completamente o sistema digestivo e ir imediatamente para a corrente sanguínea. A partir daí, pode ser levada para o fígado sem se acumular ou ser decomposta no intestino.
“Mesmo após duas horas do procedimento, não encontramos insulina nos estômagos dos ratos que testamos”, disse Guo. “Estava tudo no fígado e este é o alvo ideal para a insulina —é realmente o que queríamos ver.”
Segundo os pesquisadores, semelhante à injeção de insulina de ação rápida, o comprimido de administração oral é absorvido após meia hora e pode durar cerca de duas a quatro horas.
O estudo ainda será testado em humanos.
UOL