Estima-se que 10 milhões de pessoas são portadoras de deficiência auditiva de graus variados no Brasil. Temos várias causas para a instalação da perda auditiva, como a exposição a sons de alta intensidade, as infecções de ouvido, distúrbios hereditários, fatores genéticos, uso de ototóxicos e o envelhecimento natural. Pode acometer desde os bebês até os idosos, sendo que a prevalência é bem maior no segundo grupo.
A predominância da deficiência auditiva é na faixa etária a partir de 60 anos (57%). Nove por cento das pessoas nasceram com essa condição e 91% adquiriram ao longo da vida, sendo que, metade, foi antes dos 50 anos. Entre os que apresentam deficiência auditiva severa, 15% já nasceram surdos. Do total pesquisado, 87% não usam aparelhos auditivo.
Danielle Penna Lima é fonoaudióloga, especialista em audiologia, coordenadora em audiologia do Grupo de Implante Coclear do Hospital do Coração de Natal e é responsável técnica da Salutem Ouvir Melhor. Já são mais de 20 anos de experiência na reabilitação de pacientes com deficiência auditiva. Ela enfatiza que o diagnóstico precoce é fundamental. No caso de crianças que já nascem com a deficiência, o ideal é que o tratamento seja realizado antes de completar 3 anos. Realizar o teste da orelhinha nos primeiros dias de vida é o primeiro passo para garantir esse diagnóstico. O tratamento precoce muitas vezes garante que essa criança consiga desenvolver fala e linguagem similares a de uma criança que nasceu sem nenhuma deficiência.
Já entre os adultos é preciso ficar atento aos sinais e sintomas. “Um dos principais sintomas da perda auditiva é a dificuldade de entender a fala das pessoas, principalmente em ambientes ruidosos. Muitos pacientes com perda auditiva podem também apresentar zumbido de diferentes tipos e, quando instalados um desses dois principais elementos, está na hora de fazer uma investigação”, orienta .
A perda auditiva pode ser em decorrência de alterações em diferentes partes do sistema auditivo, que vai desde a porção periférica até a via central. Além disso, pode se apresentar em diferentes graus e com características bem particulares. O exame mais comum para mensurar os níveis da audição é a audiometria, embora outras avaliações sejam necessárias para realizarmos o topo-diagnóstico.
Atualmente existem uma gama de recursos para ajudar os portadores de deficiência auditiva, desde as cirurgias convencionais das alterações condutivas, as diversas próteses auditivas implantáveis e os aparelhos auditivos. Vale ressaltar que os aparelhos auditivos são os mais comuns e mais utilizados sendo verdadeiros equipamentos de alta tecnologia que utilizam muitas vezes da inteligência artificial para beneficiar e dar mais qualidade de vida as pessoas.
Porém, os aparelhos auditivos não são indicados para todos os casos. “Devemos sempre considerar o grau da perda. Perdas profundas, mesmo com o uso do aparelho auditivo, não permitem ao paciente o acesso aos sons da fala humana. Nesses casos, independente da idade, outra tecnologia poderia reabilitar essas pessoas”, explica Danielle Penna Lima.