Algumas regiões do cérebro encolhem durante a gravidez e voltam a crescer após o nascimento


Exames cerebrais de 110 mães de primeira viagem durante e após a gravidez mostraram que algumas regiões do cérebro ficam menores e mais finas durante a gravidez, e que a maioria dessas alterações se reverte após o parto.

Isto sugere que o cérebro está se reestruturando durante e imediatamente após a gravidez, potencialmente para se preparar para a maternidade.

“A gravidez é provavelmente o evento hormonal mais intenso que um ser humano pode passar. Portanto, era razoável pensar que o cérebro iria mudar durante a gravidez”, diz Susana Carmona, do Hospital Geral Universitário Gregorio Marañón, na Espanha, e autora do estudo publicado na revista Nature Neuroscience.

O estudo avaliou a neuroplasticidade da mulher durante a gestação, o parto e o pós-parto.

Os pesquisadores relatam que a gravidez é um período neuroplástico único na vida adulta. Este estudo longitudinal acompanhou as alterações corticais cerebrais durante o período periparto e explorou como o tipo de parto afeta essas alterações.

Coletou-se dados neuroanatômicos, obstétricos e neuropsicológicos de 110 primíparas durante o final da gravidez e início do pós-parto, bem como de 34 mulheres nulíparas avaliadas em momentos semelhantes.

Durante o final da gravidez, as mães apresentaram menor volume cortical do que as mulheres controle em todas as redes funcionais. Essas diferenças corticais foram atenuadas na primeira sessão pós-parto.

O modo padrão e as redes frontoparietais apresentaram aumentos de volume abaixo do esperado durante o periparto, sugerindo que suas reduções podem persistir por mais tempo.

Os resultados também apontaram para diferentes trajetórias corticais em mães que deram à luz por cesariana programada.

Os principais achados foram replicados em uma amostra independente de 29 mães e 24 mulheres nulíparas.

Estes dados sugerem uma trajetória dinâmica de diminuições corticais durante a gravidez que se atenua no período pós-parto, a uma taxa diferente dependendo da rede cerebral e do tipo de parto.

News Med

Fontes:
Nature Neuroscience, publicação em 05 de janeiro de 2024.
New Scientist, notícia publicada em 13 de janeiro de 2024.

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