No Dia Mundial do Cérebro, celebrado em 22 de julho, nutricionista dá dicas para potencializar a memória e prevenir demências no futuro
A alimentação é um pilar fundamental quando falamos em saúde. Uma dieta equilibrada e diversificada, composta por pratos coloridos que abrangem diferentes grupos alimentares, garante um excelente fornecimento de vitaminas e minerais vitais para o funcionamento adequado do organismo.
Sem dúvida, os benefícios de uma nutrição adequada são vastos, sendo particularmente significativos para uma das áreas mais cruciais do corpo: o cérebro.
De acordo com uma pesquisa conduzida pela Tufts University, nos Estados Unidos, manter uma alimentação saudável, desde quando se é criança, pode contribuir para uma boa saúde mental até os 70 anos, além de prevenir a demência. Para chegar a essa conclusão, pesquisadores analisaram mais de 3 mil adultos do Reino Unido que foram inscritos ainda durante a infância em um estudo chamado “Pesquisa Nacional de Saúde e Desenvolvimento“.
“Quando não temos uma variedade de alimentos em nossa dieta, com um consumo limitado de frutas, verduras e legumes, e quando ingerimos muitas frituras, alimentos industrializados e embutidos, acabamos consumindo quantidades insuficientes de vitaminas, minerais e antioxidantes. Em contrapartida, proporcionamos espaço para substâncias nocivas que, ao longo do tempo, podem favorecer o surgimento de doenças cerebrovasculares”, afirma Alice Coca, nutricionista do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.
A especialista alerta que os alimentos ultraprocessados contêm elementos químicos como corantes, conservantes, aromatizantes, nitrato, entre outras substâncias, que, quando consumidas em excesso e por longos períodos, podem prejudicar a saúde cerebral.
“Por isso, o recomendado é uma alimentação saudável, priorizando alimentos in natura e minimamente processados. Essa será sempre a melhor opção para manter a integridade neuronal e cerebral, além de contribuir para a prevenção de doenças.”
Para se ter uma ideia da ligação direta entre a alimentação e a saúde do cérebro, ao não dar a devida atenção ao que se coloca no prato, aumentam-se as chances de desenvolver, ao longo do tempo, Alzheimer e Parkinson, por exemplo.
Além disso, condições como depressão, ansiedade e enxaqueca podem surgir. Adicionalmente, a capacidade de aprendizado pode ser prejudicada.
Mas, afinal, o que comer?
Os alimentos que favorecem uma boa memória são aqueles ricos em gorduras saudáveis. Isso se deve ao fato de que o cérebro é composto por 60% de gordura. Portanto, o indicado é consumir gorduras benéficas, ricas em ômega 3 e gordura monoinsaturada.
“Alimentos ricos em gorduras saudáveis possuem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, além de melhorarem a transmissão dos impulsos nervosos e, consequentemente, as conexões e a velocidade do pensamento”, explica Alice.
Nessa perspectiva, abacate, nozes, castanha-do-pará, salmão, sardinha, ovos, azeitonas e chocolate amargo podem ser excelentes escolhas para incluir na dieta. Também é essencial priorizar o consumo de fibras, pois elas auxiliam no bom funcionamento do intestino e ajudam a manter uma microbiota intestinal saudável. Chia, grão de bico, quinoa e leguminosas são grandes aliadas na alimentação diária.
“As fibras têm uma influência direta na produção de neurotransmissores no intestino. Você pode estar se perguntando qual a relação com o cérebro. Pois bem, é importante lembrar que cerca de 90% da nossa serotonina e 60% da dopamina são produzidas nesse local. Portanto, manter a saúde intestinal é fundamental para a boa saúde cerebral”, acrescenta a nutricionista.
Alternativas como iogurte natural, vegetais de folhas verdes (brócolis, couve, agrião, entre outros), azeite de oliva, orégano, salsa, açafrão, gengibre e chá verde também podem ser incorporados à dieta para potencializar o cérebro e a memória.