Alopecia androgenética afeta 5% das mulheres e pode trazer impactos na autoestima e na qualidade de vida


João Pedrosa de Huol/Ebserh/UFRN

A alopecia androgenética, conhecida popularmente como calvície, vai além de uma questão estética. A condição tem um impacto direto na autoestima e no bem-estar emocional. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), em média, 5% das mulheres são afetadas por esse tipo de queda de cabelo. Recentemente, a apresentadora Xuxa Meneghel revelou ter a condição, o que a faz ter vontade de raspar a cabeça, reacendendo o debate sobre causas, tratamentos e impactos na qualidade de vida.

Esse tipo de queda de cabelo ocorre devido a fatores genéticos e hormonais. Nos casos das mulheres, se manifesta principalmente no topo da cabeça, deixando o couro cabeludo mais visível e os fios progressivamente mais finos. A alopecia também pode estar frequentemente ligada a questões, como irregularidade menstrual, acne e até mesmo ao aumento de pelos no corpo.

A dermatologista chefe do Ambulatório de Tricologia do Hospital Universitário Onofre Lopes (Huol-UFRN/Ebserh), Ludmila Corral, explica que a alopecia androgenética começa a aparecer entre os 20 e 30 anos ou após a menopausa.

Importância do diagnóstico precoce

O diagnóstico precoce é crucial para evitar uma queda capilar mais acentuada, especialmente em casos de alopecia cicatricial, em que o cabelo não volta a crescer. Por isso, a busca por ajuda profissional é essencial. O dermatologista é o único profissional capaz de identificar a causa da queda e orientar sobre o melhor tratamento.

“Perceber fios caindo com mais facilidade ao pentear ou notar que o volume do cabelo está diminuindo são sinais de alerta”, explica Ludmila Corral. Consultar um dermatologista logo no início do problema é fundamental para um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz.

O grande vilão por trás do processo é o DHT (di-hidrotestosterona), um hormônio que faz com que os fios capilares se tornem mais finos e curtos, até que o cabelo fique ralo e o couro cabeludo visível. “A perda de cabelo pode ser mais evidente após momentos de estresse emocional, mudanças hormonais como a gravidez ou até em razão do uso de medicamentos”, diz a especialista.

Tratamento desacelera o processo

O Sistema Único de Saúde (SUS) garante acesso à consulta com dermatologistas e acompanhamento especializado. No Ambulatório de Tricologia do Huol-UFRN/Ebserh, por exemplo, é possível realizar o monitoramento contínuo e prescrever medicamentos eficazes, ajudando os pacientes a gerenciar a condição. “O SUS é uma porta de entrada para cuidados essenciais, e o acompanhamento médico pode fazer toda a diferença na saúde capilar e no bem-estar de quem sofre com alopecia,” afirma Ludmila.

Além disso, o SUS é um ponto de partida para quem não tem acesso a outros serviços, garantindo a possibilidade de tratamento e suporte contínuo para resultados melhores a longo prazo.

Embora não haja cura definitiva, os tratamentos disponíveis podem desacelerar o processo e ajudar a recuperar a densidade capilar. Medicamentos antiandrogênicos, como a finasterida e o minoxidil, são frequentemente prescritos para prevenir o afinamento dos fios e estimular o crescimento.

Embora a cura ainda seja um desafio, os tratamentos modernos oferecem uma boa chance de controle. A especialista reforça que o tratamento precoce pode melhorar a aparência e a saúde do cabelo, retardando os efeitos da alopecia. “No futuro, quem sabe, possamos ter novidades, mas, por enquanto, a chave é controlar e minimizar os efeitos da condição.” alerta Ludmila Corral.

A dermatologista do Huol-UFRN/Ebserh destaca que procedimentos complementares também têm se mostrado eficazes. O microagulhamento, o laser capilar e até o transplante de cabelo, em casos mais avançados, podem ser opções viáveis para recuperar a aparência dos fios.

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