Atendimento médico em casa cresce 15% em 2020 e poupa 21 mil leitos


Serviço ajuda a desafogar o sistema de saúde diante do impacto da pandemia de Covid-19

Mesmo depois da alta hospitalar, muitos pacientes que tiveram Covid-19 precisam continuar o tratamento médico e, com hospitais lotados, a alternativa tem sido o atendimento em casa. Mais cômodo e confortável para o paciente, esse tipo de tratamento cresceu 15% no ano passado e a expectativa é de que cresça ainda mais esse ano.

O “Home Care”, termo em inglês utilizado para definir tratamento domiciliar, tem sido fundamental no desafogo ao sistema de saúde do país. De acordo com um censo elaborado pelo Núcleo Nacional de Empresas de Serviços de Atenção Domiciliar (Nead), em 2019 mais de 290 mil pessoas passaram por algum tipo de recuperação médica em casa, no Brasil.

Sem esse atendimento, seria preciso abrir quase 21 mil leitos a mais no pais. O número chega próximo a 5% do total de leitos já existentes e em funcionamento e seria equivalente a todos os leitos públicos e privados do estado de Pernambuco, por exemplo.

O supervisor de vendas Fabio Danielli passou por isso. Depois 50 dias internado, a Covid-19 comprometeu metade de seu pulmão. A fase de recuperação foi em casa, com pedaladas e fisioterapia três vezes por semana em casa.

“Logo após a doença você se sente muito mal. É como se você tivesse virado um bebê gigante. Você precisa de ajuda pra tomar banho, mal consegue caminhar, sente fraqueza muito grande e aos poucos você vai recuperando. A minha recuperação foi muito boa”, explica.

O Home Care também é uma recomendação dos próprios médicos, desde que o paciente siga com o acompanhamento de profissionais da saúde. Segundo os especialistas, estimula o fator psicológico do paciente, e pode ajuda-lo na pronta recuperação.

“O paciente come melhor, dorme melhor, sente-se mais em casa, tem melhora do humor, isso é importante para a recuperação. Os pacientes que permanecem hospitalizados por muito tempo geralmente usaram corticosteroide, que é a medicação usada para os casos graves de Covid-19, que deixa a imunidade fique mais baixa. E dentro do ambiente hospitalar a chance de adquirir novas infecções por bactérias mais resistentes é maior”, explica o vice-presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, Alexandre Cunha, à CNN.

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