Bootcamp em Natal promete desmistificar Inteligência Artificial e acelerar inovação na Saúde


Inovação além da tecnologia: como crises impulsionam transformações na medicina

“As grandes inovações da humanidade surgiram pós-crise.” A frase do médico e gerente de inovação da Liga contra o Câncer, Dr. Francisco Irochima, resume bem o espírito de um momento em que a saúde se reinventa diante de novos desafios. Depois de guerras, pandemias ou grandes abalos sociais, surgiram soluções que mudaram o rumo da história. Um exemplo clássico é o soro de reidratação oral, mistura simples de água, sal e açúcar que, criada em 1964, salvou milhões de vidas e foi considerada pela ONU e pela Unicef a maior inovação do século passado na saúde.

Para Irochima, inovar não é sinônimo de alta tecnologia ou de grandes investimentos, mas sim de resolver problemas de forma simples, acessível e com impacto real. Nesse contexto, a Inteligência Artificial (IA) surge hoje como “o tsunami da vez”, capaz de transformar não apenas a medicina, mas todos os setores da sociedade.

IA na saúde: oportunidades e angústias

Se antes houve resistência ao vapor, à eletricidade ou ao computador, agora o mesmo acontece com a Inteligência Artificial. A diferença, segundo o médico, está na velocidade da mudança, que gera angústia em estudantes e profissionais já formados. “A tecnologia não pede licença, ela chuta a porta e entra”, resume.

Na prática, a IA já está presente em diferentes etapas da jornada do paciente: da marcação de consultas a diagnósticos por imagem, da recepção ao acompanhamento de doenças crônicas. Na oftalmologia, por exemplo, dispositivos simples acoplados ao celular já são capazes de identificar retinopatia diabética em campo, com resultados apresentados até em fóruns da ONU.

Para Irochima, o desafio não é a substituição do médico, mas a adaptação: “Um médico que usa IA vai tomar o espaço de quem não usa.”

Bootcamp em Natal: mão na massa com IA aplicada

Para ajudar a reduzir barreiras e mostrar que a Inteligência Artificial é uma aliada, Natal recebe, nos dias 19 e 20 de setembro, um Bootcamp de IA aplicada, ministrado pelo pesquisador Magno Maciel, referência internacional que já integrou grupos de pesquisa da OpenAI.

Segundo Dr. Irochima, a proposta é clara:

  • Desmistificar a IA: mostrar que não é “coisa de nerd” e que pode ser usada por qualquer pessoa.
  • Aplicação prática: serão 10 horas de imersão, com computador em mãos, testando ferramentas.
  • Público amplo: médicos, empresários e profissionais de diversas áreas.
  • Formação em etapas: primeiro, nivelamento geral; depois, bootcamps específicos para áreas como Direito, Engenharia e Medicina.

O evento já tem o dia 20 esgotado, restando vagas apenas para o dia 19 de setembro, com programação integral das 8h30 às 18h30.

Para além da técnica: impacto para pacientes e profissionais

A mensagem do Dr. Irochima é otimista: a Inteligência Artificial não deve ser vista como ameaça, mas como ferramenta de cuidado preditivo. Do monitoramento de sintomas à análise de exames contínuos — como urinas processadas automaticamente em sanitários inteligentes —, a promessa é antecipar diagnósticos e salvar vidas.

“Não é um bicho de sete cabeças. Quando se começa a usar, percebe-se que a IA está aqui para facilitar, humanizar e ampliar o alcance do cuidado”, conclui.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *