Fabricação local proporcionaria independência da oferta de doses nos mercados internacionais
A produção nacional de insumos para a fabricação das vacinas contra a Covid-19 pode ser a forma que o Brasil terá de conseguir imunizar sua população, já que os imunizantes ainda são escassos para serem aplicados no mundo, e as remessas contratadas pelo governo sofrem atrasos.
A avaliação é de Sue Ann Costa Clemens, professora da Universidade de Oxford e responsável pelos estudos clínicos da vacina de Oxford no Brasil, e Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), em entrevista à CNN neste domingo (2).
“Produzindo vacina no Brasil, não ficamos à mercê do mercado internacional. Esse será nosso cenário de conforto, o país pode ser autossuficiente em vacina contra a Covid-19, avaliou Isabella.
Sue ressaltou a importância para o futuro de dominar a tecnologia para a fabricação de vacinas localmente. “É um legado infinito. Não só para um primeiro momento. Se for preciso dar um reforço daqui a um ano, isso nos garante autonomia e pioneirismo. E quiçá poderemos ajudar o mundo, depois que vacinarmos nossa população. Existem inúmeros países pobres que ainda não receberam vacinas suficientes”.
As especialistas também comentaram sobre a negativa da Anvisa em importar a vacina Sputnik V. “A Anvisa é uma das agências mais respeitadas. Ela requisitou mais documentos, vamos esperar. A decisão foi muito acertada”, afirmou Sue.
Isabella concordou, reafirmando a importância da vacinação com segurança.”Se não temos dados que possam dar tranquilidade em aplicar a vacina, isso pode gerar insegurança, medo da vacina e não adesão. Tenho esperança de que a Rússia apresente os dados necessários”, concluiu.
CNN BRASIL